Outubro de 2007 - Nº 07    ISSN 1982-7733
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Mammy vai à Lua

Direção: Elias Andreato e Patrícia Gasppar


Quem dá a dica é Cremilda Aguiar

19 anos, 3° ano de Jornalismo - Mackenzie

São Paulo - capital

 

Foto: Divulgação

Mira Haar retorna aos palcos após ficar 10 anos afastada, tempo em que se dedicou mais às atividades de diretora e figurinista. Sua volta, contudo, não poderia ser melhor. Em “Mammy vai à Lua”, a atriz dá a medida exata de seu talento no papel de uma dona de casa comum que se esforça para manter o controle das situações prosaicas e para não deixar a vida se transformar num marasmo.

O trabalho doméstico não é tão banal como muitos pensam e Mammy precisa recorrer a artifícios mirabolantes para dar conta de tudo. Um deles é se inscrever no concurso da “Margarina Maré” para concorrer a uma viagem à lua. Nos onze quadros apresentados, porém, é possível notar que Mammy está sempre viajando. E a platéia responde com entusiasmo, sobretudo no momento em que Mira Haar se transforma numa pastora e nas visitas ao supermercado e à discoteca.

O texto, escrito pela própria Mira Haar e supervisionado por Patrícia Gasppar, surgiu de um roteiro que a atriz havia feito há doze anos. Para essa montagem, Patrícia foi chamada para fazer uma readaptação baseada na atualidade. Elias Andreato, que assina a direção, também ajudou nesse processo. E o resultado foi a contento: o riso corre solto do início ao fim do espetáculo e não há como dizer qual dos quadros é o melhor.

A concepção dos cenários ficou por conta de Isay Weinfeld e Domingos Pascali. Aliados às projeções de Leonardo Haar, os cenários são um capítulo à parte, evidenciando o caráter pitoresco da peça. E Mira sabe explorar bem todos os espaços de que dispõe.

“Mammy vai à Lua” é uma excelente escolha para quem quer dar boas risadas com situações cotidianas. As pessoas podem se identificar com o que é apresentado e, por conseguinte, perceber as peculiaridades do universo doméstico. A galáxia de Mammy é a mesma de muitas donas de casa que acreditam que suas vidas não sejam interessantes. Felizmente, Mira Haar mostra com inspiração como esse universo pode render boas histórias.

Mammy vai à Lua. 75 minutos. Sala Crisantempo ( 100 lugares ). Rua Fidalga, 521, Vila Madalena, 3819 – 2287. Sexta e sábado às 21 horas; domingo às 19 horas. R$ 40,00. Até 02 de setembro.

   

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VOCÊ SABIA?

Quem foi Gil Vicente?

 

Muito do que se sabe a respeito de Gil Vicente é suposição, devido à falta de registro histórico confiável. Ele nasceu em Portugal, não se sabe exatamente em que cidade, entre os anos de 1465 e 1470 e morreu entre 1536 e 1540. O mais certo é que ele tenha sido ourives e essa função lhe permitiu acesso à Corte.

Em 1502 por ocasião do nascimento do rei D. João III Gil Vicente apresentou na Câmara Real uma peça de sua autoria chamada “O Auto da Visitação” ou “Monólogo do Vaqueiro”. A rainha D. Leonor ficou tão satisfeita com sua performance que o convidou a escrever outras peças em ocasiões festivas. Tem-se essa data como início do Teatro Português, embora vale lembrar que o teatro popular (farsas, momos, pantomimas) e o teatro medieval de caráter religioso (moralidades, mistérios) nunca deixaram de existir apesar da ausência de documentação escrita.

  Gil Vicente foi um observador dessa sociedade da época, criticando-a em suas peças. Seus personagens representam tipos (o velho, a alcoviteira, o fidalgo, o pastor) ou alegorias (a virtude, a morte, o bem, o mal). Ele classificava suas peças em comédias, farsas e moralidades, embora muitas classificações posteriores sejam diferentes, incluindo uma feita pelo seu filho Luis Vicente. Após a morte de Gil Vicente, ele publicou todas as obras do pai numa edição chamada “Compilaçaum de todalas obras de Gil Vicente”, que já teria alterado muito do original das obras.

 

  É provável que Gil Vicente tenha escrito mais de 44 peças, das quais muitas se perderam. As mais conhecidas são o Auto da Índia, O velho da Horta, o Auto da Barca do Inferno, a Farsa de Inês Pereira e o Auto da Lusitânia, na ordem cronológica em que foram escritas.

  Por esse pioneirismo na arte dramática, maestria com que escrevia seus textos e pela análise crítica que fez da sociedade da época, Gil Vicente é considerado “o Pai do Teatro Português” e suas obras são tão atuais que são montadas até hoje.

 

Adriana Lobo, aluna do Teatro - Escola Célia Helena,. São Paulo -  capital

 
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