Outubro de 2007 - Nº 07    ISSN 1982-7733
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Tristão e Isolda

Direção: Vladimir Capella


A lenda medieval de Tristão e Isolda foi adaptada para o teatro pelo dramaturgo, diretor e compositor paulista Vladimir Capella. A montagem, destinada ao público jovem, fica em cartaz até 7 de outubro de 2007, com entrada franca aos sábados e domingos, às 16 horas.

Foto: Divulgação

Contada e escrita ao longo dos séculos em diferentes versões, a saga – mais conhecida pela ópera de Richard Wagner (1813-1883).

Vinte e oito atores compõem o elenco da peça, que conta a história do cavaleiro Tristão que nunca sorria. Sua vida fora marcada por tragédias desde o nascimento – a mãe morreu no parto e o pai em combate. Por conta de suas habilidades físicas, enfrentou e matou um dragão para conseguir a mão da princesa Isolda, em nome do rei Marcos. No entanto, a princesa e o cavaleiro foram vítimas de um feitiço - entregue a Tristão por engano – e que desencadeou uma paixão cega entre os dois.

Velas que brotam do chão, aparições inesperadas, alçapões secretos e efeitos para garantir uma atmosfera mágica à peça são alguns dos recursos usados pelo consagrado cenógrafo e arquiteto teatral J. C. Serroni, também responsável pelo desenho dos 150 figurinos desta montagem.

“Criamos um tempo meio romano, meio grego. Queríamos figurinos mais desnudos, sensuais”, revela Serroni.

Jogos de sombras numa cena de batalha ou um beijo inflamado sobre uma plataforma girante contribuem para o tom implicitamente operístico do espetáculo. Barcos, grutas e explosões garantem a movimentação.

A direção musical da peça é assinada pelo compositor de trilhas para teatro e curtas-metragens Dyonisio Moreno. “A trilha segue uma estrutura quase cinematográfica, em que os tempos da ação dramática e da música se interdependem”, descreve Moreno.  

Curiosidade: Quem escreveu Tristão e Isolda?

Alguns estudiosos dizem que a lenda tem raízes no folclore celta, outros afirmam ser do tempo da conquista da Irlanda pelos vikings.

No entanto, histórias de Tristão e do rei Marcos já eram conhecidas desde o século VII. Mas é só no século XII que surge o romance, na forma de várias versões escritas – talvez baseadas num hipotético texto original do qual jamais se encontrou qualquer rastro.

Das versões do século XII que chegaram até nós, as mais importantes são a de Béroul e a de Thomas. Essas versões foram a base de muitas outras escritas posteriormente , dentre as quais se destaca a de Gottfried von Strassburg.

Dois autores contemporâneos reescreveram o romance procurando fazer uma montagem de fragmentos das versões básicas: Joseph Bédier, no início do século XX, e, mais recentemente, René Louis.

O compositor alemão Richard Wagner (1813-1836) se inspirou nas várias versões da lenda para escrever o libreto e compor Tristão e Isolda, uma de suas mais famosas óperas, que estreou em 1865, na cidade de Munique.

Espetáculo: Tristão e Isolda

Local: Teatro Popular do SESI – Avenida Paulista, 1313 – Metrô Trianon-Masp

Até 7/10 de 2007 - sábado e domingo, às 16 horas; e quarta, quinta e sexta-feira, às 11 horas - sessões para escolas.

Gênero: drama

Duração: 110 minutos

Recomendação etária: espetáculo não recomendado para menores de 12 anos.

Capacidade: 456 lugares

Entrada: franca - A distribuição dos ingressos tem início a partir da abertura da bilheteria no mesmo dia do evento - Horário de funcionamento da bilheteria: terça-feira e quarta-feira, das 12 às 20 horas; quinta-feira, sexta-feira e sábado, das 12h às 20h30; domingo, das 11h às 19h30. São distribuídos dois ingressos por pessoa.

   

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VOCÊ SABIA?

Quem foi Gil Vicente?

 

Muito do que se sabe a respeito de Gil Vicente é suposição, devido à falta de registro histórico confiável. Ele nasceu em Portugal, não se sabe exatamente em que cidade, entre os anos de 1465 e 1470 e morreu entre 1536 e 1540. O mais certo é que ele tenha sido ourives e essa função lhe permitiu acesso à Corte.

Em 1502 por ocasião do nascimento do rei D. João III Gil Vicente apresentou na Câmara Real uma peça de sua autoria chamada “O Auto da Visitação” ou “Monólogo do Vaqueiro”. A rainha D. Leonor ficou tão satisfeita com sua performance que o convidou a escrever outras peças em ocasiões festivas. Tem-se essa data como início do Teatro Português, embora vale lembrar que o teatro popular (farsas, momos, pantomimas) e o teatro medieval de caráter religioso (moralidades, mistérios) nunca deixaram de existir apesar da ausência de documentação escrita.

  Gil Vicente foi um observador dessa sociedade da época, criticando-a em suas peças. Seus personagens representam tipos (o velho, a alcoviteira, o fidalgo, o pastor) ou alegorias (a virtude, a morte, o bem, o mal). Ele classificava suas peças em comédias, farsas e moralidades, embora muitas classificações posteriores sejam diferentes, incluindo uma feita pelo seu filho Luis Vicente. Após a morte de Gil Vicente, ele publicou todas as obras do pai numa edição chamada “Compilaçaum de todalas obras de Gil Vicente”, que já teria alterado muito do original das obras.

 

  É provável que Gil Vicente tenha escrito mais de 44 peças, das quais muitas se perderam. As mais conhecidas são o Auto da Índia, O velho da Horta, o Auto da Barca do Inferno, a Farsa de Inês Pereira e o Auto da Lusitânia, na ordem cronológica em que foram escritas.

  Por esse pioneirismo na arte dramática, maestria com que escrevia seus textos e pela análise crítica que fez da sociedade da época, Gil Vicente é considerado “o Pai do Teatro Português” e suas obras são tão atuais que são montadas até hoje.

 

Adriana Lobo, aluna do Teatro - Escola Célia Helena,. São Paulo -  capital

 
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