Heitor Sertão
Formado em Engenharia e Tecnologia Hidráulica. Pós-graduado em Sociologia, Sociedade e Meio Ambiente, pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo; cursou MBA em Gestão de Empresas, na Faculdade Getúlio Vargas. Funcionário com 28 anos de carreira na Sabesp. Ocupou o cargo de Gerente de Departamento de Operações da Região Sul, Gerente de Departamento de Operações da Região Leste, Gerente de Operações da Capela do Socorro e Gerente de Operações de Campo Limpo. Deixou o cargo de Superintendente de Tratamento de Esgotos da Região Metropolitana de São Paulo para assumir, em fevereiro de 2005, a Subprefeitura Campo Limpo a convite do ex-prefeito José Serra. Assumiu em junho de 2007 a Subprefeitura Jabaquara. Coordenou o programa "Qualidade na Gestão Pública" da Secretaria de Coordenação das Subprefeituras que levou o modelo de gestão implantado na Subprefeitura Campo Limpo às 31 subprefeituras da Capital.
JJ - Quais são os projetos que a prefeitura tem para promover maior integração com a comunidade?
Heitor - Temos vários projetos que visam integração com a comunidade, alguns deles como Virada Cultural, Virada Esportiva e a Quebrada Cultural, são desenvolvidos pelas Secretarias de Cultura, Esportes Lazer e acontecem em toda a Capital. Outros projetos são desenvolvidos em âmbito local, como os Fóruns Locais, que são reuniões periódicas com a comunidade, em que os moradores e as lideranças comunitárias apresentam os problemas de seus bairros e fazem suas reivindicações; o projeto Agitação que promove eventos em parceria com comerciantes da região e voltados à comunidade em situação de vulnerabilidade social; e a SuperAção realiza mutirões de limpeza e manutenção nos bairros do Jabaquara, como tapa-buracos, limpeza de ruas, praças e bueiros, e oferece serviços de saúde e cidadania como medição de pressão, teste de diabetes, distribuição de preservativos; emissão da carteira de trabalho e da 2ª via do da certidão de nascimento, casamento e óbito, corte de cabelo e cadastro de emprego.
JJ - Como identificam os problemas da região?
Heitor - Atualmente, o SAC (sistema de atendimento ao cidadão) nos fornece dados que orientam o nosso trabalho. Os Fóruns Locais além de aproximar a comunidade da Subprefeitura, também criou um canal de comunicação, onde as demandas são apresentadas e respondidas pela Subprefeitura Jabaquara. Nestes Fóruns realizamos pesquisas periódicas para identificar as necessidades dos munícipes e sua satisfação com os serviços prestados pela Subprefeitura.
JJ - A subprefeitura recebe muitos contatos da comunidade da região para fazer reclamações? Quais são as queixas mais comuns?
Heitor - Recebemos cerca de 500 solicitações por mês, a maior parte de fiscalização de estabelecimentos, poda de árvores, coleta de entulho e reparos de guias.
JJ - Poderia falar das atividades de lazer promovidas pela subprefeitura, já que a região é bem grande e engloba uma população que não tem acesso à cultura e lazer.
Heitor - A região do Jabaquara conta com dois clubes municipais: o Clube Escola Vila Guarani (Riyuso Ogawa) e o Clube Escola Vila Santa Catarina (Balneário Jalisco), além de dois clubes da comunidade (Vila Guarani e Ferradura). Nestes espaços a comunidade tem a disposição espaços para prática de esportes, lazer e recreação. São diversos cursos e oficinas como dança, ginástica, natação e lutas, oferecidos gratuitamente e orientados por profissionais capacitados.
O Centro Cultural é um espaço para exposições, apresentações de teatro, dança, capoeira e música. É aberto ao público e oferece aulas de teatro, cursos e oficinas de artes e programação diversificada para todas as idades. O espaço conta também com uma ampla área verde.
Também, contamos com quatro telecentros que oferecem acesso gratuito à Internet para pesquisas e trabalhos escolares e cursos de informática.
Além desses espaços, há o CEU Caminho do Mar, o primeiro da região, (inaugurado em 12/10) que atenderá não só aos alunos matriculados, mas a toda comunidade. O CEU conta com piscinas, quadras poliesportivas e um teatro com 184 lugares.
JJ - Quais os projetos que direcionam as atividades da sub do Jabaquara?
Heitor - As atividades da Subprefeitura são direcionadas pelos programas implementados pelas secretarias municipais. Esses programas são adaptados em função das solicitações dos moradores e das necessidades da região.
JJ - Quais são as principais reivindicações dos moradores da região?
Heitor - Fiscalização de estabelecimentos, poda de árvores, coleta de entulho e reparos de guias.
JJ - Quais as prioridades que direcionaram sua atual gestão e qual a percentagem do investimento dedicada a elas?
Heitor - A habitação é uma das prioridades da nossa gestão, por meio do investimento em infra-estrutura nos bairros mais carentes e com maior vulnerabilidade social. A região conta com dezenas de favelas e os moradores dessas áreas vivem em situação precária, principalmente no entorno dos córregos Jabaquara e Água Espraiada. Outra questão prioritária e pela qual lutamos muito, é o prolongamento da Avenida Roberto Marinho que deverá melhorar o tráfego da região.
JJ - Quais as diferenças no padrão de funcionamento de uma subprefeitura da cidade de São Paulo em relação a outras cidades tanto do estado de São Paulo como no Brasil?
Heitor - Acredito que a principal diferença seja a divisão da cidade em 31 subprefeituras, num modelo de administração municipal descentralizada.
JJ - Quais os critérios e as regras para o repasse de verbas para as subprefeituras? Existe ajuda estadual e/ou federal para implantação e realização de projetos do município?
Heitor - O município recebe verbas estaduais e federais em projetos de habitação, saneamento, transporte, meio ambiente, entre outros, por meio da assinatura de convênios que possibilitam a implementação de melhorias na urbanização de favelas, limpeza de córregos, beneficiando milhares de pessoas.
JJ - Quanto do planejamento de projetos da sub depende das reinvidicações dos moradores e quanto depende da avaliação dos técnicos? Como estabelecer prioridades?
Heitor - O planejamento é elaborado em conjunto pela comunidade e o governo local, durante as discussões do Plano Regional Estratégico.
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