Junho de 2006- Nº 02    ISSN 1982-7733
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A Canção Brasileira
Direção :Paulo Betti
Adaptação:Maria Helena Martinez Corrêa

 

Comentário:Juliana Betti
29 anos, atriz, cantora e produtora, formada em Geografia e Meio Ambiente PUC-RJ
Rio de Janeiro - RJ


Juliana Betti e Wladimir Pinheiro - Foto Divulgação

Com adaptação de Maria Helena Martinez Corrêa, que desejava montar o texto desdea morte do seu irmão, o diretor teatral Luiz Antônio Martinez Corrêa, o espetáculo A CANÇÃO BRASILEIRA marca a estréia de Paulo Betti na direção de musicais. O projeto reúne 14 atores, entre eles Juliana e Mariana Betti, filhas de Paulo, e o ator Erom Cordeiro, além de três músicos. A peça faz seis apresentações no Teatro do SESC SANTANA, depois de temporada de sucesso no Rio, em 2005.

Quando foi assassinado, em 1987, a carreira de Luiz Antônio Martinez Corrêa como diretor de musicais estava em plena ascensão. O diretor tinha acabado de dirigir a peça Theatro Musical Brazileiro, ao lado de Marshall Netherland. A dupla já tinha planos para a montagem da opereta A CANÇÂO BRASILEIRA. "A contribuição de Luiz Antônio para o teatro musical brasileiro é de extrema importância. Se hoje temos esta qualidade de espetáculos, ele é um dos grandes responsáveis. Esse espetáculo é uma forma de homenageá-lo e relembrar seu trabalho", comenta Paulo Betti.

A primeira montagem de A CANÇÃO BRASILEIRA aconteceu em 1933, época em que o samba começava a ser mais aceito pela sociedade. Escrito por Luis Iglesias e Miguel Santos, com composições de Henrique Vogeler (autor do primeiro samba-canção, Ai, Iô-Iô), essa primeira versão fez grande sucesso e teve mais de 500 apresentações, um marco para a época.

Tendo como mola propulsora o seqüestro da recém-nascida Canção Brasileira, levada para um morro, os autores propõem um divertido inventário das influências que a "criança" sofreu em seu contato com o Samba, o Tango e o Charleston, entre outros ritmos e instrumentos, todos materializados por atores. Maria Helena diz que sempre gostou do fato dos personagens serem uma humanização de ritmos e instrumentos musicais: “Este é um texto muito divertido. É engraçado como os autores souberam transformar música em gente. Um dos meus personagens prediletos é o Tango, com aquele jeito canastrão, com pitadas de cafajeste. Precisei fazer apenas algumas alterações, como trazer a linguagem para os dias de hoje, modernizando-a”.

Comentário de Juliana Betti

"Eu conheci o Theatro Musical Brasileiro de Luis Antonio Martinez Correa com 12 anos de idade. Meu pai nos levava pois estava em cartaz no teatro ao lado com uma espécie de musical também O Amigo da Onça. Nesta época ele me contou a história da peça que estamos fazendo e esta história ficou na minha cabeça. No ano passado , eu estava em cartaz com um musical baseado na obra de Jackson do Pandeiro, dirigido por João Falcão e não sei porquê, me lembrei da história da Canção. Ele reuniu uma equipe de primeira, atores, produtores, figurino, não dá pra citar todo mundo ....
Agora estrearemos em Sampa, espero que vocês se divirtam tanto quanto nós estamos amando fazer este espetáculo."

Sobre o espetáculo, Juliana conta que o enredo é uma fábula que mostra o nascimento da canção brasileira. "É uma história de amor que gerou o samba-canção."

TEATRO DO SESC SANTANA – Av. Luiz Dumont Villares, 579 – Santana. Fone: (11) 6971-8700.

De 19 a 28 de maio, sextas e sábados, às 21 horas e domingos, às 19 horas. Ingressos - R$ 10,00; R$ 8,00 (usuário matriculado), 5,00 (estudantes e idosos) e R$ 4,00 (trabalhador no comércio e serviços matriculado e dependentes). Censura – 12 anos.
Bilheteria – Em todas as unidades do SESC, de terça a sexta-feira das 13 às 21 horas e sábados, domingos e feriados das 9 às 17 horas. www.sescsp.org.br

Veja também...

- Peça de Elevador
Direção:Marcelo Lazzaratto

- A Canção Brasileira
Direção:Paulo Betti

VOCÊ SABIA?

Um pensamento de Frederico Garcia Lorca

“Nenhum homem verdadeiro acredita nestas miudezas de arte pura, de arte pela arte. Neste momento dramático para o mundo, o artista deve chorar e rir com o seu povo...

A criação poética é um mistério indecifrável, como é um mistério o nascimento do homem... Nem o poeta, nem ninguém guarda a chave do segredo humano... Quero ser bom, como o burro e o filósofo.

Creio firmemente que se há outro mundo, terei a agradável surpresa de encontrar-me nele. Mas a dor do homem e a injustiça constante que dimana do mundo, e o meu próprio corpo e pensamento, impedem que mude a minha residência para junto das estrelas. Sou espanhol integral, e me seria impossível viver fora dos meus limites geográficos; porém, odeio ao que é espanhol simplesmente por ser espanhol.

Sou irmão de todos e detesto aquele que se sacrifica por uma abstrata idéia nacionalista, pelo simples fato de que ama a sua pátria com uma venda nos olhos”

Frase de Frederico Garcia Lorca, poeta e autor de várias peças teatrais. Nunca foi uma pessoa muito ligada a política, mas por ser muito apegado ao seu povo, retratava exatamente como ele era. Por isso foi fuzilado no começo da Guerra Civil Espanhola em 1936.


Quem comenta esse pensamento é Jussane Cristine Pavan, 18 anos - São Paulo, capital, aluna do Teatro Escola Célia Helena.

 
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