Março de 2007 - Nº 05    ISSN 1982-7733
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Do Areópago à Ciberdemocracia

Thaís França Rodrigues
20 anos,
3º ano de Jornalismo no Uni FIAM-FAAM/SP
São Paulo - capital

Na Grécia antiga os gregos tinham o saber como uma necessidade em si mesma. Foi justamente na Grécia que surgiram as primeiras formulações sobre a ética, a filosofia e a retórica, a arte de falar em público, de certo modo, um grande passo para a comunicação social tal como a conhecemos hoje. Ali também surgiu o areópago, uma espécie de ancestral tímido dos mass media.

Os gregos tinham no areópago de Atenas um espaço público que era reservado para fazer reuniões políticas com a população. Todos podiam dar suas opiniões e expressar suas idéias. Os areópagos eram lugares onde as pessoas discutiam sobre política, representando um marco para a história da democracia. Não utilizavam mais da violência para dominarem e manipular, mas a palavra e o diálogo.

A mídia é considerada o quarto poder, por isso, manipuladora, formadora de opinião e possivelmente, um meio que possui liberdade de expressão. Tudo o que a mídia fizer ou falar será considerado como verdade absoluta.

Felizmente, com a Era da Internet, criou-se um ciberespaço que retoma a história do areópago de Atenas e desencadeia a ciberdemocracia. Apesar de outros veículos de informação terem feito o início dessa atual democracia, propondo debates e discutindo a política, como o rádio e a televisão. Por exemplo, na época do Nazismo pode-se perceber o quanto os meios eram abrangentes, foi um marco importante na comunicação. A propaganda política deles era muito forte e poderosa. O rádio nessa época foi muito importante porque passava mensagens e discursos com ideologias nazistas.

Mas é através do computador que as pessoas têm maior liberdade para se conectar em rede e buscar fóruns políticos para debater idéias. Dessa forma, todos têm voz e conseguem fazer sua própria democracia virtual. As pessoas buscam tribos que pensem da mesma forma, tenham as mesmas idéias e pensem juntas sobre a política do país.  

   

Outro ponto positivo dessa tecnologia virtual é que ela aproxima as pessoas da política, principalmente os jovens, conscientizando-os de que o diálogo e a expressão de idéias é muito mais importante do que um simples voto sem discussão e debates. Segundo Pierre Lévy:

As comunidades virtuais de base territorial, que são as cidades e as regiões digitais, criam uma democracia local de rede, mais participativa. A passagem para o governo eletrônico (e a reforma administrativa que supõe) visa reforçar as capacidades de ação das populações administradas, mais do que sujeitá-las a um poder. As novas ágoras “on line” permitem que novos modos de informação e de deliberação política venham à luz, enquanto o voto eletrônico vem completar o quadro de uma sincronização da democracia com a “sociedade de informação” (MORAES, 2005: p. 367).

 

Na época das eleições entre os candidatos presidenciáveis Collor e Lula, o voto ainda era mais importante do que a conversa. Mas na atual conjuntura, acredita Lévy, não importa só votar, mas sim o indivíduo exercer seu papel de cidadão ao dialogar com outros membros e trocarem idéias para esclarecer possíveis dúvidas políticas.

Os meios de comunicação cresceram muito na virada do século XX para o XXI. Não há mais distinção entre as mídias. Um website pode proporcionar ao mesmo tempo e, de maneira complementar, textos, imagens e sons. As webmídias têm seus conteúdos organizados por temas e classificados de acordo com o grau de interesse do internauta consumidor de informação. Por conta disto, as grades de programação temporais ou emissões cronológicas, já estão virando tecnologias passadas. 

Antigamente só os considerados mais capazes, ou seja, os políticos, tinham o poder de falar o que pensavam sobre o Estado, mas hoje, todos podem participar. Portanto, a comunicação está cada vez se tornando mais importante e quem tem mais instrumentos de comunicação tem mais influência na política. No entendimento de Lévy:

O internauta pode (virtualmente) chamar para a tela, à sua vontade, os diferentes atores sociais, porta-vozes e diversos representantes de partidos ou grupos de interesses, para ouvir suas declarações ou examinar seus argumentos (MORAES, 2005, p. 370).

A política e a comunicação se completam e cooperam uma com a outra. Como já dizia Aristóteles, exercitar a política significa usar corretamente a comunicação. Portanto esse “areópago moderno” é de extrema importância nas articulações e decisões políticas.

Bibliografia

MARQUES DE MELO, José. “História do Pensamento Comunicacional: Cenários e Personagens”.  São Paulo : Paulus, 2003.

PIERRE, Lévy. “Pela Ciberdemocracia”. IN: MORAES, Dênis de (Org.). Por uma Outra Comunicação. Rio de Janeiro, Record, 2003
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