Março de 2007 - Nº 05    ISSN 1982-7733
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Anorexia e Bulimia

Thaís França Rodrigues
20 anos,
3º ano de Jornalismo no Uni FIAM-FAAM/SP
São Paulo - capital

Adolescentes sacrificam cada vez mais sua saúde para conseguirem chegar ao ideal de beleza. 

     A sociedade está ficando cada vez mais exigente quando o assunto é beleza. Principalmente entre os adolescentes essa vaidade aumenta a cada geração, fato que também está ligado as grandes evoluções da medicina. Em uma pesquisa realizada pelo Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília (UnB) essa fixação pela busca da perfeição aumenta entre os jovens na proporção de, a cada dez, oito são preocupados com sua aparência. No entanto, muitos esquecem do fator mais agravante, o qual toda essa preocupação pode desencadear, que são doenças patológicas gravíssimas como Anorexia Nervosa e Bulimia, podendo levar à morte.

     A Anorexia Nervosa é uma enfermidade mental que consiste em uma perda voluntária do peso, por desejo em emagrecer, e um intenso medo à obesidade. Segundo a psicóloga Sônia Cristina, 38 anos - atua há 13 anos na área de Clínica do Emagrecimento - a Anorexia é classificada como uma Patologia Psiquiátrica e não tem uma única causa. Ela disse que “existem elementos biológicos, psicológicos e sociais predispostos ou não, que poderão desencadear este tipo de patologia. É muito difícil apontar uma única causa”.

     O emagrecimento ocorre devido uma redução drástica da alimentação, além de exercícios físicos e utilização de medicamentos que inibem o apetite, laxantes e diuréticos em demasia. Outro método utilizado é a provocação de vômitos, no caso da Bulimia, que pode ser independente ou fazer parte de uma evolução da Anorexia. Ela consiste basicamente em ingerir quantidades enormes de alimentos, principalmente doces e logo em seguida a pessoa induz seu organismo a vomitar. “Devido a desnutrição desencadeada pela doença, esta pode provocar transtornos mentais que reforçam o desejo de continuar emagrecendo, instalando-se desta maneira um terrível círculo vicioso psíquico que é muito difícil de controlar,” explica a psicóloga.

     Segundo estatística publicada no jornal A Gazeta, em maio de 2002, das pessoas que sofrem de Anorexia e Bulimia, apenas um terço consegue se recuperar e cerca de 20% morrem em função do estado agudo de desnutrição. “A maioria dos pacientes são quase que exclusivamente mulheres jovens. Menos de 10% são homens,” comenta Sônia.

     Geralmente são adolescentes de 14 à 18 anos que sofrem destas  patologias por estarem em uma fase muito delicada do seu crescimento, onde a aceitação social muitas vezes está associada à imagem corporal, problemas existencialistas e hormonais. 

 

     A estudante Renata Rodrigues, 18 anos, vítima das duas doenças, disse que começou a querer emagrecer quando tinha 14 anos. “Minha mãe falou que eu estava um pouco gordinha, então comecei a fazer um regime normal. Não comia doces e reduzi bastante a quantidade de comida do almoço e da janta. Quando me dei conta, estava pesando 46 quilos, tinha emagrecido oito quilos em menos de dois meses e só conseguia comer salada. Mas sempre ao me olhar no espelho, via alguns ‘quilinhos’ a mais”.Ela ainda acrescentou “como o meu organismo estava acostumado a comer somente alimentos ‘leves’, quando eu tentava comer um pão, por exemplo, ele logo rejeitava. Assim, comecei a induzir o vômito sempre que comia algo ‘pesado’. Era como se estivesse tirando um peso da consciência”.

      O alarmante índice de obesidade divulgado recentemente pelo IBGE revelou, que 40,6% da população está acima do peso, deixando todos em alerta sobre os possíveis "riscos" da alimentação saudável. Sobre este dado, Sônia conclui que “a busca por uma dieta 100% benéfica ao organismo, pode sim, se transformar em um problema: basta virar obsessão”.

     Renata disse que fez tratamento com um psicólogo da USP (Universidade de São Paulo) durante um ano, mas não obteve muito sucesso. “O meu caso foi bem específico, porque não cheguei a ficar com depressão profunda, como outras amigas. Hoje, me considero curada. Mas, nos dias em que percebo que exagerei na comida, tenho algumas recaídas e coloco tudo para fora”, declara
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