Março de 2007 - Nº 05    ISSN 1982-7733
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Roda Jovem - Debate com Cao Hamburguer no Colégio Dante Alighieri


LUZES, CÂMARA, POLÍTICA: AÇÃO!


Lauro Spaggiari -Diretor Geral do Dante. Foto:L Qarra

A equipe do Jornal Jovem agradece ao Colégio Dante Alighieri pelo apoio dado para a realização desse evento. Especial agradecimento a Fernando Homem de Montes (Dpto. de Comunicação e Eventos) e Professor Lauro Spaggiari, Diretor Geral Pedagógico do Colégio Dante Alighieri (foto: na abertura do Roda Jovem).

Cinema e Política: um diálogo possível

O último encontro promovido pelo Roda Jovem teve a política como tema central. Com o intuito de diferenciar a discussão, Sonia Makaron, diretora do Jornal Jovem, procurou aliar a temática inicial ao cinema e, para tanto, promoveu o encontro dos jovens com o cineasta Cao Hamburger, que está com seu último longa-metragem atualmente em cartaz O ano em que meus pais saíram de férias.

O filme, mais recente sucesso de público do cinema nacional, retrata a história de Mauro (Michel Joelsas) que se vê sem os pais no auge da ditadura militar. Esse assunto é sempre recorrente nas produções artísticas nacionais – sobretudo no cinema – evidenciando uma característica interessante: a revisão do passado para se entender melhor a construção do presente.

Em alguns casos, as tentativas fracassam e muitos filmes caem no didatismo exacerbado ou no sentimentalismo barato. Cao Hamburger, entretanto, soube como trazer o regime militar para as telonas de uma maneira delicada baseado num roteiro preciso, resultado de quatro anos de trabalho.


Participantes do Roda Jovem. Foto:Luciana Qarra

O diretor tinha a idéia de falar sobre a ditadura a partir da visão de uma criança e, a partir daí, perpassar por outros temas inerentes ao universo infantil. “O filme é uma linha macro do que estava acontecendo no país e o que isso influenciou na vida da criança. Queria falar da passagem da infância para a adolescência de uma outra maneira”, afirmou Cao.

Cao Hamburguer no Roda Jovem. Foto:Luciana Qarra

A necessidade de se abordar a política nas produções culturais talvez decorra, dentre outros motivos, da insatisfação popular em relação aos rumos tomados pelo país no que se refere à responsabilidade dos governantes. E esse diálogo se torna ainda mais interessante quando se leva em consideração a dependência que cinema brasileiro tem das Leis de Incentivo e dos apoios do Governo Federal.

Cao não teve muitos problemas em obter patrocínio para a produção do filme, mas admite que esse processo é penoso. “A distribuidora Buena Vista gostou do projeto de cara e isso facilitou o percurso. Demoramos cerca de um ano e meio para conseguir o dinheiro. A concepção do roteiro foi nossa maior dificuldade”, disse o cineasta que contou com a colaboração de outros quatro roteiristas.

O futebol também é tratado de uma maneira muito particular dentro do filme. Ressalta-se a importância que o esporte teve, naquele momento, para unir o país. Cao, no entanto, não acredita tanto na relação entre política e futebol no sentido de desviar o olhar do que realmente estava ocorrendo. “Sempre vi com muita desconfiança o poder que o futebol tem para alienar e esconder o que acontece. Não acho que o futebol protegeu tanto assim a ditadura como as pessoas dizem”, pontuou.

As pessoas presentes no evento puderam tirar dúvidas com Cao sobre cinema, a produção do filme, o início de sua carreira e sobre o preconceito dos próprios brasileiros em relação ao cinema nacional. Porém, o momento que mais marcou a interação entre o público e o diretor foram as discussões em torno da realidade da década de 70 e a atual, especialmente no que diz respeito à infância. Todos puderam trocar informações sobre suas experiências demonstrando, mais uma vez, que o diálogo entre gerações é tão possível quanto a influência mútua entre cinema e política.

Cremilda Aguiar

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