Diana Carvalho

20 anos, 3º ano Comunicação Social, Uninove

São Paulo - SP

Thiago Siqueira

Dizem que as mulheres se vestem pra outras mulheres, a verdade é que chamar a atenção só dos homens não basta, queremos chamar a atenção de ambos os sexos.

Em uma festa, por exemplo (odeio festas) há sempre uma rodinha de homens à caça, e uma de mulheres a "espera". Os objetivos podem ser os mesmos, mas os assuntos são outros. O cara (da roda) não vai comentar com outro sobre o sapato do carinha que está fazendo as bebidinhas na festa, nem do corte de cabelo do cara do 3º ano, nem da cor da camisa, muito menos da calça.

Já na rodinha das mulheres (a minha), se deixarem, passam a festa toda reparando na cor do vestido da outra (a festa toda não dá, eu saio da roda!), no sapato, no cabelo, no esmalte, no anel, no brinco e ainda tem que sobrar tempo para olhar os caras, afinal, esse é objetivo da festa, da festa não, de quase todas as festas... Pelo menos para os (as) solteiros (as).

Conversando com uma amiga, surgiu o assunto da importância que damos aos caras, mas para minha surpresa ela me disse que não dá nenhuma! Ra Rá Rá, (na hora a minha risada foi bem mais divertida que essa) como assim não dá nenhuma? Dá várias, eu disse a ela, que de 2 a 3 horas que conversamos 1h e meia, mais ou menos, era dedicada a falar do sexo masculino, e se isso não for “dar importância” não sei mais o que é... No final, ela concordou.

Isso me incomoda às vezes. Temos tantos assuntos interessantes e perdemos tanto tempo com esses "pormenores", afinal somos interessantes só pelo fato de sermos mulheres! (Baixou a feminista!)

Quando saio e vejo duas mulheres assim aleatoriamente conversando já me esquivo, pode ter certeza que o papo é ou vai dar em macho.

Tem dias que ao entrar no metrô eu já escuto: “Aí, você sabe o que eu falei pra ele?”

Desço faço baldeação pego outro metro e : "Sabe o Ricardo? Aquele... Pois é, ele me ligou..."

Chego no serviço entro no elevador: "E aí ele te ligou? Qual foi a desculpa?"

Não agüento!

Mulheres juntas, dois dedos de conversa, assunto de homem na certa!

O pior são as Amélias da vida, que além de lavar, passar, cozinhar, viver pra eles, nem na hora da manicure que é o seu (o nosso) momento, lógico, porque manicure deve ser e é igual a criado mudo, fica do lado, ouve tudo e não diz nada, enfim, até nesse momento, adivinha o assunto:

“Então menina, o Zé chegou em casa ontem 10h e ainda queria janta, aí né, lá vai eu esquentar o arroz..."

Fala sério! Não estou exagerando.

Mas já tenho um plano!

Como é impossível, confesso, deixar de falar "deles", decidi que toda quarta-feira será o dia D, o dia de ouvir, de falar, de xingar, de argumentar, de discutir tudo, tudo sobre eles, afinal quarta-feira é um dia chato mesmo, a novela acaba cedo, tem futebol e futebol me lembra "eles" então... quarta-feira é perfeito.

Agora, com os outros dias da semana: segunda, terça, quinta, sexta, sábado e domingo está tudo resolvido. A solução? Conversar com o Igor, meu primo de 8 anos. Ultimamente eu me divirto mais com ele, mesmo com suas fantasias de garoto de 8 anos e com suas malcriações, também de um garoto de oito anos.

E hoje foi... é quarta-feira...

Mas ela já está acabando...

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