Guimarães Rosa
“Sertão é onde manda quem é forte, com as astúcias. Deus, mesmo, se vier, que venha armado” (Grande Sertão: Veredas, 1956)
BIOGRAFIA
Nascido em Cordisburgo, Minas Gerais, a 27 de junho de 1908, João Guimarães Rosa desde cedo demonstrou interesse pelo estudo da língua, começando a estudar francês com menos de sete anos, por conta própria. Iniciou-se, então, em 1917, no holandês e deu continuidade ao francês sob a supervisão de um frade que o auxiliava.
Mudou-se para Belo Horizonte, onde morou com os avós, iniciou o curso secundário em São João Del Rei, de onde voltou para a capital por não ter se adaptado ao regime de internato. Estando agora em colégio de padres alemães, passa a estudar o idioma, que aprende logo.
Em 1925 matricula-se na Faculdade de Medicina de Minas Gerais, com apenas 16 anos, formando-se médico em 1930, não sem antes ganhar prêmios com quatro contos, no ano anterior, além de ter-se casado com Lígia Cabral Penna, casamento que durou pouco, mas que lhe rendeu duas filhas: Vima e Agnes.
Rosa vai exercer a profissão na cidade de Itaguara (MG) onde entra em contato com raizeiros e receitadores, passando a reconhecer sua importância para municípios como aquele. Fica muito amigo de um deles, “Seu Nequinha”, que, sendo espírita, parece ter sido a inspiração para o Compadre meu Quelemém, personagem de “Grande Sertão: Veredas” que assume um papel de oráculo sertanejo. No entanto, Guimarães abandona a profissão, por reconhecer sua falta de aptidão.
Em 1938, Guimarães Rosa é nomeado Cônsul Adjunto em Hamburgo, e segue para a Europa; lá fica conhecendo Aracy Moebius de Carvalho que viria a ser sua segunda mulher.
A superstição e o misticismo acompanhariam o escritor por toda a vida. Ele acreditava na força da lua, respeitava curandeiros, feiticeiros, a umbanda, a quimbanda e o kardecismo. Dizia que pessoas, casas e cidades possuíam fluidos positivos e negativos, que influíam nas emoções, nos sentimentos e na saúde de seres humanos e animais. Aconselhava os filhos a terem cautela e a fugirem de qualquer pessoa ou lugar que lhes causasse algum tipo de mal estar.
Tornou-se diplomata, defendeu os judeus nas perseguições nazistas ajudando-os a fugirem, passou por diversos países do mundo, e tornou-se unanimidade nacional, sendo traduzido para diversas línguas, depois de seu terceiro livro, “Grande Sertão: Veredas” lançado em maio de 1956.
É a partir de 1958 que a saúde do escritor começa a definhar devido a problemas cardiovasculares, excesso de peso, sedentarismo e tabagismo. Em 1962 lança a coletânea de contos “Primeiras Estórias”; em 1967, é eleito por unanimidade na Academia Brasileira de Letras, no dia 16 de novembro. Três dias depois, morre em seu apartamento em Copacabana, sozinho, por ter ido à missa, sua esposa.
OBRAS:
- Magma (1936), poemas. Não chegou a publicá-los.
- Sagarana (1946), contos e novelas regionalistas. Livro de estréia.
- Com o vaqueiro Mariano (1947)
- Corpo de Baile (1956), novelas. Atualmente publicado em três partes:
- Manuelzão e Miguilim,
- No Urubuquaquá, no Pinhém e
- Noites do sertão.
- Grande Sertão: Veredas (1956), romance.
- Primeiras estórias (1962), contos.
- Tutaméia:Terceiras estórias (1967), contos.
- Estas estórias (1969), contos. Obra póstuma.
- Ave, palavra (1970) diversos. Obra póstuma.
Foto-fonte: http://br.geocities.com/ciberliteratura/images/j_g_rosa.jpg
Links:
http://www.releituras.com/guimarosa_bio.asp
Thiago
Sogayar Bechara