Arte como Questão – Anos 70, fecha o projeto do Instituto Tomie Ohtake que buscou em quatro exposições retratar meio século da arte brasileira, período primordialmente trabalhado pelo Instituto. A exposição reúne cerca de cem artistas de várias regiões brasileiras em torno de 200 obras, 40 vídeos, além de registros e documentos, de 1967 a 1981, caracterando as expressões artísticas da década. De 5 de setembro a 28 de outubro de 2007.
Inserções em circuitos ideológicos, Cildo Meireles, 1978.Foto:Divulgação
Reunindo, talvez, pela primeira vez obras de artistas de vários Estados, extrapola o eixo Rio/São Paulo, para conferir uma dimensão nacional a esta produção que inscreve no próprio trabalho uma nova maneira de pensar, ver e apresentar arte.
No Brasil, o período de forte repressão provocou um solo comum de contestação política nas expressões culturais, embora os termos da compreensão política não fossem os mesmos dos partidos e movimentos políticos. “Na arte a investida na dimensão política se dá nos próprios termos da obra”, destaca a curadora Glória Ferreira.
Segundo ela, esta produção, ao negar categorias artísticas, permitiu, ao mesmo tempo, o trabalho com os mais diferentes meios e investidas nas novas mídias. “A fotografia, o cinema, o vídeo e outros meios de reprodução mecânica como xerox, carimbos, mimeógrafo etc, são instrumentos privilegiados para estes artistas”.
Carimbo sobre papel, Carmela Gross, 1978.Foto:Divulgação
Uma outra característica marcante nestes pouco mais de 10 anos, destaca a curadora, é que se trata do momento de afirmação da arte contemporânea no Brasil. Surgem novos circuitos, como publicações, espaços para exposições, e os artistas começam a produzir textos inscrevendo-se no terreno da crítica, assumindo, novos papéis, como curadorias, edição de revistas etc. “Sobretudo no final dos anos 60 e início dos anos 70, os salões são palco de investimento crítico do artista e é uma época na qual se elaboram conteúdos de reflexão teórica e histórica da produção contemporânea”, explica a curadora.
Exposição: Arte como Questão – anos 70
Abertura: 5 de setembro, às 20h – até 28 de outubro de 2007
De terça a domingo, das 11h às 20h – entrada franca
Instituto Tomie Ohtake
Av. Faria Lima, 201 (Entrada pela Rua Coropés) - Pinheiros SP
Fone: 11.2245-1900
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