A exposição reúne 225 obras e objetos do período da invasão holandesa na Galeria de Arte do SESI. Até 25 de novembro, com entrada franca. Entre as raridades estão 13 óleos de Frans Post, tapeçarias Gobelin e objetos do período medieval.

Fort Frederik Hendrik, Frans Post, 1640. Crédito fotográfico: Roberta Guimarães e Fred Jordão / Imago Fotografias
São 225 obras, objetos e armas na mostra O Instituto Ricardo Brennand e o Resgate do Brasil Holandês. A exposição, coordenada pela Expomus, com projeto expográfico de Haron Cohen e curadoria científica de Elly de Vries, ficará aberta à visitação pública gratuita até 25 de novembro.
Há mais de 50 anos, o empresário pernambucano Ricardo Brennand tem se dedicado a acumular uma imensa coleção de arte. Começou reunindo armas brancas medievais e depois esculturas européias, bem como exemplares da pintura orientalista do século XIX, antes de interessar-se por óleos, mapas e outros objetos relacionados ao período do Brasil Holandês (1630-1654), época em que a nação antes conhecida como Países Baixos ocupou o território hoje constituído pelos atuais estados do Nordeste brasileiro.

Palacete da Boa Vista, construída pelo Conde de Nassau a oeste da Cidade Maurícia nas margens do rio Capibaribe. Gravura em cobre baseada em desenho original de Frans Post, que assina a ilustração. Publicada em Barlaeus, 1647. Crédito fotográfico: Roberta Guimarães e Fred Jordão / Imago Fotografias
Figuram na mostra nada menos que 13 pinturas de Frans Post (1612-1680), artista neerlandês que, ao lado de seu conterrâneo Albert Eckhout (c1610-1665), chegou a Pernambuco na comitiva do Conde João Maurício de Nassau, em 1637. Post tornou-se um dos primeiros pintores a registrar a paisagem e os habitantes do Brasil do século XVII, revelando para o mundo sua diversidade e beleza. Exemplos do talento de Post nesta exposição podem ser constatados nas telas Forte Frederick Hendrik, Cachoeira na Floresta, Muro Com Cavalo e Escravo ou Muro de Convento. Ricardo Brennand – que vem a ser primo do artista Francisco Brennand e cujo primeiro nome herdou do pai deste – guarda em seu acervo um total de 15 trabalhos de Frans Post, o que o torna o maior colecionador de obras do pintor.
Entre os itens em exibição, há armaduras completas de cavaleiro e cavalo; armas brancas do Oriente e do Ocidente; quadros de Eliseu Visconti; e o livro Rerum per Octennium in Brasilia – elaborado pelo também neerlandês Gaspar Barlaeus–, um raríssimo exemplar de 340 páginas, trazendo mapas, gravuras e relatos de Nassau no Brasil. É o primeiro livro de que se tem notícia em que aparecem reproduções de Frans Post.

Dançarina Oriental em repouso, Charles Edmond Deux,1885
O acervo conta, ainda, com duas tapeçarias de manufatura Gobelin, feitas a partir de desenhos de Eckhout oferecidos por Nassau a Luiz XIV, em 1678, além de adagas, espadas, clavas e outras armas que, pela primeira vez, são expostas fora da sede do instituto.

Armadura para cachorro, Anônimo, Século XVII
Sobre o Instituto Ricardo Brennand e seu patrono
Industrial de família de origem inglesa – com braços nos ramos de vidro, aço, cimento, cerâmica e açúcar – Brennand, hoje com 80 anos, optou ainda jovem pelo hobby de colecionar armas brancas medievais compradas em constantes viagens à Europa e à Ásia. Depois, vieram as esculturas européias, pinturas orientalistas do século XIX e, finalmente, o acervo histórico-artístico do período do Brasil Holandês. Em 1990, num acordo familiar, ele decidiu vender as fábricas de cimento para aplicar grande parte do dinheiro no que hoje é o Instituto Ricardo Brennand, uma sociedade sem fins lucrativos.
Passada mais de uma década, surgiu em setembro de 2002 a Pinacoteca erguida nas terras próximas à fábrica de cerâmica da família, em São João da Várzea, periferia do Recife. É uma construção de linhas medievais, com todas as exigências de segurança e conservação de um museu de grande porte, instalada em meio a uma imensa área verde. e inaugurada com a exposição Eckhout volta ao Brasil (1644-2002).
Em setembro de 2003, Brennand inaugurou o Museu Castelo São João, inspirado em semelhantes existentes na região da Toscana, Itália. O castelo tem, inclusive, calabouço e portas secretas. É nele que o empresário mantém a sua preciosa coleção de armas brancas, taças, moedas, vitrais, pinturas, esculturas, desenhos, gravuras, tapeçarias e mobiliário. Desde sua fundação, o Instituto Ricardo Brennand já foi visitado por 850 mil pessoas e até o momento já agendou a visita de 352 mil crianças das escolas pernambucanas.
Desenvolvimento e Coordenação:
EXPOMUS - Exposições, Museus, Projetos Culturais
Curadoria Científica: Elly de Vries
Coordenação Geral: Maria Ignez Mantovani Franco e Maria Lúcia Montes
Projeto Expográfico: Haron Cohen
Exposição: O Instituto Ricardo Brennand e o Resgate do Brasil Holandês
Local: Galeria de Arte do SESI – Av. Paulista, 1313 – metrô Trianon-Masp
Exposição: de 25 de setembro a 25 de novembro de 2007
Horário: segundas-feiras, das 11 às 20 horas; de terça-feira a sábado, das 10 às 20 horas; domingos, das 10 às 19 horas.
Entrada: franca
Informações para o público: (11) 3146-7405/7406
A Galeria de Arte do SESI dispõe de um serviço de agendamento com monitoria para alunos de escolas públicas e particulares, grupo de trabalhadores de indústrias, associações, corporações e outras instituições. Os interessados devem solicitar, antecipadamente, a reserva pelo telefone: (11) 3146-7396, de segunda-feira a sexta-feira, das 10 às 13 horas, e das 14 às 17 horas.
SESI-SP e SENAI-SP / FIESP
www.sesisp.org.br e www.sp.senai.br
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