Agosto de 2009 - Nº 15   ISSN 1982-7733  
convidado06.php
Como participar
Sua vez, sua voz
Fale conosco
Espelho, espelho meu
Convidados da Hora
Jovens participantes
Seção Livre
Palavra aberta
Som na caixa
Intercâmbio
Poesia
Crônica
Presentation
Here you are the reporter
Open section
Contact us
Dicas de Livros
Acompanhe
Participe da enquete
Todas as edições do JJ
Escola
Como participar
Participante desta edição
PUC / SP
Sob vigilância: piercings podem exigir a realização de uma cirurgia plástica reparadora

Dr. Ruben Penteado
Cirurgião plástico; membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica; médico cirurgião pela Real Academia de Medicina da Espanha e diretor do Centro de Medicina Integrada.

 

Argolas, labrets bolinha, barbel, captive, alargadores, nostril, banana bell, halteres... Essas palavras soam de modo estranho para você? Pois para quem é adepto dos piercings elas são muito familiares. Essa mania de furar o nariz, a orelha, os mamilos e as partes mais íntimas do corpo está se tornando cada vez mais popular entre os jovens. Hoje, dificilmente você não conhece alguém que tenha dois, três ou até uma coleção inteira de penduricalhos espalhados pelo corpo.

Piercing é uma palavra inglesa cujo significado é perfuração. Para o adolescente, o piercing é uma maneira de expressar emoção, angústias, revoltas e outros estados de espírito. É muito popular porque conquistou uma garotada que não tem coragem e nem autonomia para fazer uma tatuagem.

Em São Paulo, a Lei N.º 9.828/97 proíbe a colocação de piercings e a realização de tatuagens em menores de idade, mesmo com o consentimento dos pais. A legislação se tornou um obstáculo para os adolescentes e um problema também, já que vários resolvem fazer a perfuração de modo caseiro e acabam por machucar o corpo, ao invés de adorná-lo.

Complicações no meio do caminho

Apesar do boom do piercing entre os mais jovens, é bom estar atento para os perigos de infecção caso a perfuração seja feita de maneira incorreta, com instrumentos inadequados e sem as devidas condições higiênicas.

O uso do piercing tem trazido sérios riscos de saúde para os adolescentes. O tempo de cicatrização varia de acordo com a região do corpo e, se não for bem colocado e mantido sob cuidados higiênicos, ele pode provocar complicações, desde reações alérgicas até doenças graves. Em último caso, doenças de todos os tipos podem ser transmitidas, inclusive a Aids, se o material perfurante não for esterilizado ou descartável.

O risco de se contrair uma infecção por más condições de higiene e objetos utilizados no local de colocação do piercing é muito grande. O acessório pode ainda causar alergia em algumas pessoas, provocar uma lesão em estruturas como veias ou artérias ou ainda, levando às últimas conseqüências, uma necrose (morte do tecido ou de parte dele) na região acometida. Existem também os riscos específicos de cada tipo de piercing. No alto da orelha, por exemplo, por haver baixa vascularização que pode levar à deformação da cartilagem, exigindo a realização de uma cirurgia plástica reparadora. A haste interna do adereço colocado no nariz pode machucar o septo nasal. No umbigo, o corpo estranho pode provocar a formação de cistos, levando também à necessidade de uma cirurgia.

Quando a colocação do adorno não é bem sucedida, os primeiros sintomas de infecção são sensação de queimação no local e vermelhidão, seguidos de dor, inchaço e formação de pus. Nunca se deve retirar o piercing sozinho. Um médico deve ser procurado, pois ele saberá quais procedimentos tomar a fim de evitar maiores complicações. Ignorar o desconforto e não ficar atento aos sintomas pode levar ao agravamento da infecção.

Risco de trauma

Ainda que a colocação do piercing seja feita com cuidado e higiene e a cicatrização tenha sido boa, o adolescente está sujeito a sofrer um trauma qualquer em uma danceteria, praticando esporte ou até mesmo dormindo, mesmo tendo passado anos com o piercing, sem apresentar complicações. Qualquer pequeno trauma, como uma batida ou bolada na região, pode desencadear um processo infeccioso quase impossível de ser combatido. Isto porque a cartilagem é um local que quase não tem irrigação sangüínea. O tratamento com antibióticos, mesmo em doses massivas, tampouco apresenta resultados, pois a medicação não chega ao local. O resultado é que a infecção acaba corroendo a cartilagem, formando buracos no nariz e desfigurando as orelhas. Para corrigir estas deformidades, o paciente tem que se submeter a um enxerto de cartilagem por meio de uma cirurgia plástica reparadora.

Veja também outros textos do Dr. Ruben Penteado:

 

Clique abaixo e envie sua pergunta para o nosso convidado. Participe você também!

Envie esta notícia para um amigo

 

EDITORIAL

Espelho, espelho meu: quem eu vejo sou eu?

CONVIDADOS

Andrey Ivanov

Marcela Kotait

Dr. Ruben Penteado

Luciana K. Thalenberg

Denise M. Molino

Dra. Olinda Mara Daniel de Moura

 
 Copyright © 2005-2011 Jornal Jovem - Aqui você é o repórter. Todos os direitos reservados.