Agosto de 2009 - Nº 15   ISSN 1982-7733  
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PUC / SP
A concepção da beleza para a filosofia e a estética

Andrey Ivanov

Arquiteto e Professor do Departamento de Filosofia da UNESP

Idade Média e Renascimento

 

Há um prolongamento entre a Antiguidade e a Idade Média no que concerne à questão do belo, mas essa relação inclui a concepção do universo e da divindade própria do cristianismo. Como exemplo, Dionísio Areopagita (século IV d.C.), no tratado Dos nomes divinos, fala do belo que supera os nossos sentidos (belo suprassensível), identificado a Deus, como fonte da harmonia e da clareza de todas as coisas, e que atrai e reconduz para si tudo o que existe. O período medieval desenvolveu a concepção da beleza sob diferentes temas: a beleza como concordância das partes, ligada à ideia de proporção; a beleza como luz, cor e brilho; e a beleza como símbolo do abstrato e do supranatural. Esses temas entram no pensamento de Santo Tomás de Aquino (1225-1274) e encontram sua sistematização. A concepção de Tomás constitui um sistema de transição, destacando a característica da percepção da beleza que terá continuidade na história da estética. Na Suma de teologia, define as coisas belas como aquelas que vistas, causam prazer. Trata-se de uma definição do efeito do belo, que é o prazer na visão. A percepção da beleza, porém, não se reduz à simples visão, pois é acompanhada, sobretudo, do discernimento de características do belo que a própria visão não discerne, como as concordâncias ou não concordâncias, a ordem, o tamanho e a figura. É necessário que estas características sejam discernidas por outro sentido que efetua uma comparação das coisas percebidas. Este não é senão o sentido da “estimativa”, que para além da imaginação e da memória é o sentido mais próximo do intelecto, que participa do intelecto e da racionalidade. Santo Tomás também fornece, em diferentes textos, uma definição das causas ou características do belo, que são, em resumo: a proporção, a ordem, o tamanho, a unidade, a forma e a clareza. A propósito da clareza, significa tanto a cor e o brilho corporal físico como certa evidência da forma, ou ainda a evidência da conduta racional humana (beleza espiritual).

 

O Renascimento é um período decisivo para a história das concepções da arte e do belo, na medida em que a arquitetura, a escultura e a pintura, antes consideradas artes manuais, são promovidas a artes liberais, aquelas que implicam uma atividade mental, e as três integram o que passou a se chamar de “belas-artes”. Leonardo da Vinci, por exemplo, caracterizou a arte de pintar como “coisa mental”, e não simplesmente como mera atividade manual. O individualismo e a subjetividade se afirmam, no Renascimento, transformando radicalmente a atitude do homem em relação a Deus, ao mundo e à humanidade. Surge uma nova concepção do artista como indivíduo criador, que se distingue dos outros seres humanos pela capacidade de criação, dotado de talento ou do que se começa a considerar como “gênio”. Nesta modificação da concepção do ato de criação, e da beleza que lhe corresponde, a imitação passa a ser encarada como imitação da natureza enquanto criação de Deus, e não mais, como na visão cristã e medieval, imitação da arte divina na arte humana.

 

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