Novembro de 2009 - Nº 16   ISSN 1982-7733  
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A arquitetura de um casarão do Bixiga


Casa de Dona Yayá

Fotos: Jornal Jovem

Você já teve a oportunidade de conhecer um casarão antigo do século passado? Saber a história de seus moradores?

Como parte das atividades do EU na USP organizado pela Universidade de São Paulo, jovens do ensino fundamental de diferentes regiões da Grande São Paulo puderam conhecer o casarão Casa de Dona Yayá, sob os cuidados do Centro de Preservação Cultural (CPC), órgão da USP. A construção da casa de Dona Yayá tem início em 1870, quando a região ainda era um local afastado do centro. Mas o que há de tão importante nesta casa localizada na Rua Major Diogo, 353, no Bixiga?  

Ela é importante não só por causa de sua arquitetura, mas também porque conta a história de uma vida, a de Dona Yayá. Sebastiana de Mello Freire, seu verdadeiro nome, nasceu em 1887. Sua família era proprietária de inúmeros imóveis em São Paulo.

Dona Yayá nunca se casou e não teve filhos. Sofreu duros golpes durante toda vida. Em 1900, com 14 anos perde seus pais com apenas dois dias de diferença. Seu único irmão vivo - os outros três haviam falecido ainda crianças - tinha 18. Quatro anos mais tarde, o irmão desaparece em viagem de navio a Buenos Aires e ela se torna a única herdeira da rica família paulistana.

Começa a apresentar os primeiros sinais de desequilíbrio emocional em 1918, redigindo um testamento a lápis e doando suas jóias, pois achava que iria morrer. No ano seguinte, tenta suicídio e é internada em um instituto psiquiátrico. Muda-se para a Major Diogo em 1920, após adaptações na casa como troca de pisos e janelas – reforma planejada pelo psiquiatra Juliano Moreira - e de onde nunca mais saiu.

 Viveu enclausurada em um quarto, que possuía apenas uma pequena janela de duas faces suficiente para a passagem de alimento e água a ela. Apesar de ser muito rica, ainda não havia tratamentos adequados para doentes mentais no Brasil, resultando em seu isolamento da sociedade.

O contato de Yayá com o mundo externo se resumia ao solário, que ia da parte interna até o jardim e tinha vidros que não permitiam sua saída do imóvel.

 

Sebastiana vivia de privilégio e privação, que por vezes era noticiada em semanários da época e era alvo da curiosidade dos moradores. Dentre os boatos, acreditava-se que parentes distantes, interessados em sua fortuna, mantinham-na segregada na casa. Por mais de 40 anos, Dona Yayá viveu na casa e quase não saía de lá. Em 1961, morre de insuficiência cardíaca, aos 74 anos, sem deixar herdeiros. Com isso, todos seus bens foram doados ao Estado como herança vacante.

No momento, a Casa de Dona Yayá também abriga uma exposição de fotografias que homenageia o bairro do Bixiga.

As pinturas murais restauradas pelo CPC são referências da arte da época. 

Se você visitar o local, pode perceber que em uma das salas ainda há um resquício de acabamento externo da época em que foi construída. Como posteriormente foi ampliada, o que antes era fachada se tornou cômodo, e uma nova fachada foi construída. Além disso, as pinturas murais restauradas pelo CPC são referências da arte da época. 

Não deixe de conhecer a casa e os colaboradores do local, que trabalham para manter o espaço preservado e organizado. Aproveite para caminhar pelo jardim, onde você encontra um pouco de verde em meio a viadutos e avenidas. Foi ao ar livre que os jovens participantes do EU na USP aproveitaram para tomar café da manhã e realizar a atividade de pin hole, fotografando as paisagens ao redor do casarão.

 

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