MAC - Museu de Arte Contemporânea
Você já teve a oportunidade de visitar o Museu de Arte Contemporânea, que fica na Universidade de São Paulo? Além de abrigar obras de grandes artistas, o MAC possui o Programa de Inclusão Socioeducativa e Cultural Viva Arte!, que interage com a sociedade promovendo atividades voltadas para as artes. O Jornal Jovem entrevistou a educadora Andrea Amaral, coordenadora do Viva Arte! para saber mais detalhes. Acompanhe!
Jornal Jovem - Há quanto tempo existe o projeto Viva Arte!?
Andrea Amaral - O Programa de Inclusão Socioeducativa e Cultural Viva Arte! existe desde 2006.
JJ - Quais são as principais atividades desenvolvidas pelo programa?
Andréa - É um curso de Difusão Cultural oferecido em três módulos para adultos integrantes de oficinas de geração de renda ou terapia ocupacional de instituições sociais e de saúde. Visa acolher a produção artesanal dos pacientes ou assistidos, ampliando seu repertório de referências a partir de visitas a várias instituições, não só às exposições do MAC/USP, e exercícios em ateliê com o objetivo de proporcionar autonomia aos participantes. Nesse sentido, espera-se incluí-los às instituições culturais da cidade em busca de usufruto da cultura que naturalmente reverterá em repertório para as atividades de criação. Sem dúvida que as memórias são valorizadas e estimuladas nas atividades de ateliê. Cada módulo possui um tema, e esse tema motiva as visitas às exposições e as atividades em ateliê.
JJ - Como funciona o Viva Arte!?
Andréa - Bom, o projeto é dividido em módulos. O primeiro tem o tema "Registros do olhar em transformação", que é semestral, com aulas quinzenais. O módulo 2 se chama "Redescobertas", é anual e possui aulas quinzenais. O terceiro módulo 3 é o "Eu, você, eles: nós", também anual, mas com aulas semanais.
JJ - Quais são os desafios para a realização do projeto?
Andréa - Acho que conter a ansiedade ao lidar com um programa que está sempre em construção. Muito mais fácil seria estipular conteúdos e segui-los. Mas estar atenta às exposições e a como elas se relacionam com o que o grupo está tratando no momento exige muita flexibilidade e a adaptabilidade do curso à programação das instituições paulistanas. Os participantes também passam por seus desafios, pois nem sempre podem comparecer por motivos de saúde e verba para transporte.
JJ - Como é a receptividade dos participantes?
Andréa - Muito grande. O interesse começa na divulgação, quando vamos às instituições apresentar a proposta. Certa vez estávamos fazendo a divulgação das inscrições e uma senhora veio conversar conosco chorando, dizendo que sempre sonhou fazer um curso de desenho, mas nunca tinha tido a oportunidade. Nos depoimentos em aula, vários participantes já disseram estar redescobrindo o mundo ao redor, o próprio cotidiano, olhando-o de modo diferente do usual. A adesão e participação, os trabalhos sensíveis refletindo as histórias de vida de cada um, a visita espontânea e até a participação em cursos em outras instituições culturais. O depoimento de uma pessoa em situação de morador de rua em busca de cursos de alfabetização são indícios positivos de receptividade e cumprimento de nosso principal objetivo: possibilitar a autonomia do participante para usufruir aquilo que uma rica cidade como São Paulo oferece gratuitamente nas áreas de educação e cultura e que muitos não participavam por não se sentirem parte desse universo.
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