Ensaio enviado
por Carlos Messias
24 anos, formado em Psicologia, é tradutor e
intérprete
São Paulo-capital
Woody Allen é sem dúvida um dos mais geniais
cineastas a ficar atrás de uma câmera. Gerou
verdadeiras pérolas do cinema como Annie Hall
(Noivo Neurótico, Noiva Nervosa), Manhattan, Interiores,
Setembro, Maridos e Esposas, e diversos outros.
Ele teve seus dias de queridinho da Academia, recebeu não
sei quantas indicações e premiações,
de roteirista, diretor, filme e até ator, o que qualquer
um que já o tenha visto atuar sabe que não
é o caso.
Mas este reinado não durou, pois Woody, artista íntegro
que é, logo se encheu de fazer média com aquele
povo, parou de aparecer nas cerimônias e se tornou
recluso. E ainda por cima se casou com a própria
filha (adotiva).
Logo seu legado ia sendo esquecido, seus novos trabalhos
não ganhavam repercussão e Woody Allen se
tornou relativamente obsoleto.
Tanto que Crimes e Pecados, de 1989, uma interessante
história que denota a ambivalência da vida,
o paralelismo entre realidade e inocência, passou
quase despercebido.
Até hoje, aos 71 anos, Allen se manteve extremamente
produtivo. Produziu mais de trinta filmes, escreveu três
livros (muito bons, por sinal) e ainda por cima se mostrou
um clarinetista de talento à frente da sua banda
de jazz.
Mas não pode se dizer que tudo neste tempo foi glória.
Depois de Crimes e Pecados Woody deu umas leves
escorregadas e em alguns momentos se mostrou repetitivo
quanto a sua temática de neurose e judaísmo.
Dirigiu um musical. Ressurgiu triunfante com Desconstruindo
Harry e Celebridades. Lançou algumas
fitas sem sal como O Escorpião de Jade e
Trapaceiros. Recuperou o vigor em Poucas e
Boas, reassumiu o foco em Igual a Tudo Na Vida
e retomou o estilo em Melinda e Melinda. Mas não
foi até Ponto Final que ele voltou a produzir
algo realmente merecedor do título Woody Allen.
Woody Allen retornou com força total e aqueles que
souberem vão apreciar. E por menos provável
que seja, visto que o cineasta lança em média
dois filmes por ano, Ponto Final fecharia sua carreira
com chave de ouro.
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