Dezembro de 2006- Nº 04    ISSN 1982-7733
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Espetáculo – Dr. Hamburguer PhD
Direção:Alzira Andrade

PhDs da Gargalhada

Embora especialmente direcionada para empreendedores, líderes, gerentes e funcionários de uma maneira geral, a comédia empresarial Dr. Hambúrguer PhD, de Alzira Andrade e Mauro Henrique Toledo, é, sem dúvida nenhuma, além de uma grande oportunidade de diversão para todas as pessoas que não se encaixem propriamente nesse público-alvo, uma extraordinária chance que se tem de, através do riso, perceber as grandes contradições que permeiam a relação do ser humano de uma maneira geral.

Criada primordialmente para “refletir e ajudar a aprimorar competências em gestão de pessoas, liderança, comunicação em equipe, inteligência emocional e social”, dentre outros aspectos, a peça consegue ir além. Ressalta, de forma dinâmica e bem-humorada, a importância da ética, do diálogo, do respeito e da possibilidade de um trabalho em equipe otimizado ao máximo, valores esses de que o Homem, em sua grande maioria, anda carecendo para a vida e para seu melhor convívio no planeta em tempos de modernidade em que a lógica do capital é que orienta a relação de todos.

Tudo se inicia quando, enfrentando uma queda de lucratividade e conflitos entre funcionários, o líder Dr. Severo Rego recebe a notícia de que a diretoria geral enviará um consultor que possa avaliar a habilidade de sua gestão e a qualidade de relacionamento de sua equipe. Daí se desenrola todo o enredo que diverte ao mesmo tempo em que provoca a reflexão, num texto atual e, cada dia mais útil para a sociedade em que se vive.

Mauro Toledo e Alzira Andrade são empresários, além de atores, instrutores e consultores de comunicação da prática Business Evolution (teatro para executivos) e puderam desenvolver nesse trabalho, um questionamento sobre os valores que andavam se evidenciando numa empresa, na qual o objetivo de ascensão, por exemplo, se sobrepuja a quaisquer que sejam os meios necessários para atingi-lo. A inveja de colegas, a falta de escrúpulos, a busca pela promoção e o jogo de interesses, são apenas algumas das situações vividas pelos ótimos atores que, levadas ao extremo, dão o tom de como pode ser tragicômica a realidade de um grupo de pessoas como aquele. Ao final do espetáculo, só quem lucra é a platéia com tanta qualidade e conteúdo.

FICHA TÉCNICA
Autores - Mauro Henrique Toledo / Alzira Andrade
Direção - Alzira Andrade
Consultoria de Interpretação - Denise Del Vecchio
Sonoplastia - Mauai
Atores - André Castelani / Alessandra Marques / Marco Barreto / Thais Barreiros / Tete Louise / Mauro Henrique Toledo

LOCAL: Espaço Cultural Juca Chaves -Teatro Extra Itaim Rua João Cachoeira, 899
DATA:30 de novembro

Thiago Sogayar Bechara

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Direção:Grace Gianoukas

 

VOCÊ SABIA?

Anton Tchekhov

“Desprezo a preguiça, assim como desprezo a fraqueza e a apatia dos movimentos da alma. Para viver bem, como um homem digno desse nome, é preciso trabalhar, trabalhar com amor, com fé”.

Tchekhov foi o pioneiro da literatura do teatro realista. No começo foi muito criticado e pensou até em desistir de tudo e voltar a ser médico, mas resolveu dar mais uma chance a ele mesmo e autorizou a produção da sua peça “A Gaivota” para o Teatro Artístico de Moscou (fundado por Stanislavski, ator, e Dantchenko, autor).

“A Gaivota” se tornou um ícone para todos que se interessam por teatro e foi com ela que Stanislavski conseguiu dar início a sua técnica de teatro, que até hoje é a técnica mais conhecida e usada no mundo inteiro.

“Anton Pavlovitch Tchekhov sentou-se na cama e de maneira significativa disse em voz alta e em alemão: “Ich sterbe” - Estou morrendo. Depois, segurou o copo, voltou-se para mim, sorria com o seu maravilhoso sorriso e disse: “Faz tempo que eu não bebo champanhe”. Bebeu o seu copo tranqüilamente todo o copo, estendeu-se em silêncio e, alguns instantes depois, calou-se para sempre. E a pavorosa calma da noite foi apenas alterada por uma enorme borboleta noturna, que entrou pela janela e voou , atordoada, pelo quarto, em torno das lâmpadas acesas. O médico retirou-se. No silêncio da noite, com um estampido terrível, a rolha da garrafa interminada saltou. Começou a clarear, com a natureza a despertar, um primeiro réquiem: os doces e formosos cantos das aves e os acordes do órgão da igreja próxima. Nem uma voz humana, nada do cotidiano da vida, somente a calma e a grandeza da morte”.

Olga Knipper, atriz e mulher de Anton Tchekhov
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Quem comenta esse pensamento é Jussane Cristine Pavan, 18 anos - São Paulo, capital, aluna do Teatro Escola Célia Helena.

 
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