A jornalista Patrícia
Biasi entrevistou Nelson Motta para falar sobre a produção
do seu livro Bandidos
e Mocinhas.
Adolescentes
costumam gostar muito de histórias de mistério. Era o seu
caso? Lia muita aventura policial quando era adolescente?
Quando eu era adolescente adorava ler as crônicas diárias
do Nelson Rodrigues no jornal Última Hora, A Vida Como
Ela É (que sempre tinham paixão, crime, sexo e surpresas)
e também os livrinhos de detetive que vendiam em bancas
de jornal. O meu favorito era um tal de Shell Scott, de
Richard Prather, bem vagabundos, deliciosos, com um detetive
nova-iorquino durão e sedutor. Um pulp fiction brasileiro,
é o que ambicionei com Bandidos e Mocinhas.
Também li eletrizado os mestres do gênero, Raymond Chandler,
James Ellroy, Dashiell Hammett e recentemente Denis Lehane
(Sobre Meninos e Lobos) que é o que mais gosto
dos novos, é sensacional. Entre os brasileiros, Marçal Aquino,
que é um grande escritor, acima de gêneros, um mestre.
O que mais o atrai neste tipo de ficção?
Ah, certamente é o mistério. O ser humano tem fascínio por
mistérios, tem sempre a ambição e o desafio de resolvê-los,
mas os grandes mistérios mesmo (Deus, quem somos, de onde
viemos, para onde vamos, por que? ) acredito que existam
para ser mistério, que aceita-se simplesmente. Mas inventar
mistérios para excitar a imaginação das pessoas é delicioso,
distrai, diverte e às vezes até emociona.
O que o público jovem pode esperar de Bandidos
e Mocinhas ?
Tudo que eu gosto nos livros de mistério e romances policiais
eu tentei colocar em Bandidos e Mocinhas, sexo,
suspense, mistérios, viradas imprevistas, surpresas, um
final surpreendente e inesperado, personagens sanguíneos
e humanos como uma delegada bonita, gostosa, inteligente
e competente, que se encontra com um bandido educado, malvado
e sedutor enquanto - cada um do seu jeito - investigam o
assassinato de uma atriz decadente.
Foto: Fonte -
site da revista Criativa
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