Março de 2006- Nº 01    ISSN 1982-7733
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Sobre a Felicidade e o Consumo no Café Cultura


Marcelo Rezende autor da coleção - Foto: Luciana Qarra

A Livraria Cultura Conjunto Nacional promoveu no dia 13 de fevereiro, o lançamento oficial de uma nova coleção da editora Alameda chamada Situações, acompanhado de uma palestra ministrada pelo jornalista e escritor Marcelo Rezende e o professor de filosofia da USP Vladimir Safatle, que debateram o tema "Sobre a felicidade - Na arte, no cinema, na vida contemporânea" da escritora Renata Salecl, título de um dos três livros que marcam o lançamento.

Marcelo Rezende autor e organizador da coleção, diz que o objetivo é explicar fatos que interfiram na vida do leitor e falar de assuntos contemporâneos em curtos ensaios, considerando o momento histórico que vivemos.

Sobre Felicidade:

O filósofo Vladimir Safatle, comenta que a concepção de Felicidade já foi uma preocupação com o bem estar de toda a sociedade, por um estado justo e pela construção de um projeto de uma idéia universal e não particular. Hoje a busca da felicidade é singular, representada por frases publicitárias como "Faça você mesmo a sua felicidade" ou "Busque a própria felicidade" e não mais a felicidade das pessoas, mas de uma única pessoa (o eu).

Da Acumulação ao Consumo:

O filósofo Vladimir Safatle explica que antes, a idéia central era da lógica de produção, na qual era necessário trabalhar e poupar em nome da vocação e do trabalho baseado na ética da lógica protestante.

Hoje o conceito é trabalho pelo prazer, pela distração, pelo gozo dos bens que poderão ser adquiridos com aquele trabalho. O trabalho se funde e confunde com o entretenimento e assim as pessoas não tem prazer pelo trabalho em si, querem se livrar e poder aproveitar dos bens de consumo. Ocorre a transição da acumulação para o consumo, bem ilustrada com a frase do sociólogo norte-americano Daniel Bells: "O que destruiu a ética protestante foi o cartão de crédito". A sociedade passa a viver a crise da ilusão da liberdade, porém vincula-se a objetos que mudam a todo instante e passam a não ter identidade.

Essa busca de ter para ser e o aumento do consumismo, transforma a satisfação numa obrigação sem saber como atingí-la e cada vez mais as pessoas ficam presas às aparências.

Sobre os livros:

O encontro na Livraria Cultura marcou o lançamento dos três primeiros volumes da coleção Situações.

O livro 'Sobre a felicidade - Ansiedade e consumo na era do hipercapitalismo' da escritora, filósofa e socióloga eslovena Renata Salecl, trata da ansiedade e o consumo, mapeia as razões do desconforto constante causado pela necessidade permanente do consumo e tenta explicar porque isso acontece.

 

No livro 'De volta aos anos 60- Uma viagem pelo fim do ideal revolucionário', de Pierre Bergounioux, crítico, romancista e ensaísta francês, fala de uma visita que fez a Cuba e ao comparar os anos 60 com a Cuba atual comenta sobre o fim do sonho de toda uma geração, um saudosismo revolucionário.


Em 'Ciência do sonho - A imaginação sem fim do diretor Michel Gondry', de Marcelo Rezende; mostra como toda a obra do autor francês Michel Gondry toca a sensibilidade do público e mapear como o telespectador se relaciona com as situações mostradas em seus filmes.

 

Edivânia Silva

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