Dezembro de 2007 - Nº 08    ISSN 1982-7733
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JJ Entrevista: Johnny Araújo, diretor do filme "O Magnata"

JJ – Como surgiu a idéia do filme?

Johnny Araújo - Foi natural. Esse projeto começou há 4 anos atrás, em 2003. O Chorão escreveu o roteiro e ele me ligou pra saber minha opinião. Eu tava saindo de uma filmagem; ele leu o roteiro pra mim. Aí eu pedi pra ele deixar eu levar e ler de novo sozinho, com calma e vi que era um filme de molecada, com essa pegada. Levei o roteiro pra Gulane, para os produtores. Falei pros caras: gente, ta aí, dêem uma lida, também não tenho muito o que falar pra vocês e tal; e eles leram. Em uma semana me ligaram dizendo que achavam que seria interessante pegar esse nicho que nem mal explorado está, simplesmente não tem, porque é arriscado fazer filme pra adolescente. Então desde o principio a gente sabia que o tema era esse.

É um filme comercial, não é um filme autoral. Eu fui contratado pra dirigir o filme, não tenho autoria no roteiro; eu conhecia o Chorão, além de ter trabalhado pra MTV, então eles acharam que eu tinha a ver com essa linguagem mais voltada para os jovens e tal. Então me chamaram e a gente começou a desenvolver o projeto. Eu fiquei pensando: acho que é um Bete Balança de hoje, que retrata essa geração atual! Não que todos os jovens sejam assim, mas no sentido da violência a que todos estão sujeitos.

O Magnata é isso, é um grupo que escolheu o caminho errado. Tudo o que ele faz, se consome drogas ou se bebe, se é arrogante, são características do personagem. Mas acho que ele deu um passo a mais, foi além, cruzou uma linha que não poderia ter cruzado. Hoje a gente vê muito isso no Rio de Janeiro, em São Paulo. Mas essa molecada de que a gente está falando é uma molecada mais da zona norte e da zona leste, não é uma molecada da Vila Madalena ou que estuda no Santa Cruz. A garotada da zona oeste é mais elitizada, como em Pinheiros.

O filme é de entretenimento. Não necessariamente é uma mensagem pra gente pensar na vida, mas é uma história que tem uma conseqüência no final.

JJ – Você disse que pela sua proximidade com o Chorão, vocês conversaram muito e ele deixou bem claro o que ele queria. O que, de fato, ele queria?

Johnny Araújo Ele queria um filme jovem. Agora o que mudou é que por ele o filme era mais piadista e eu pesei mais. Ele tinha umas piadinhas e eu fiz o filme ficar mais pesado pro bem dele, até por causa do preconceito que ainda existe sobre ele. E ele tinha uma grande história. Então talvez com tanta piada a gente perdesse força, ia virar uma Malhação com palavrão. E essa geração é mais pesada também. Eles são menos ingênuos. Não que sejam piores ou melhores que a nossa geração, mas esses dias fui ao cinema com a minha filha e tinha duas garotas de no máximo 14 anos do nosso lado. Eu nunca ouvi tanto palavrão na vida.

Aqueles figurantes do filme também são todos de verdade. Não é figurante de agência, isso foi uma exigência minha. Não vamos fantasiar ninguém, queria gente de verdade. Mas como eu disse, esse não é o retrato de uma geração, mas de uma turma dessa geração.

JJ – Em que medida esse discurso de ódio e de combate ao preconceito não extrapola uma linha tênue e também se torna preconceituoso?

Johnny AraújoNão acho que em nenhum momento os personagens do Magnata são agressivos pra contestar a sociedade. Aquilo é molecagem pura. Eles vivem do jeito deles, são de classe média baixa, querem ter mais, assim como todo mundo.

Sonia Makaron

 

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VOCÊ SABIA?

Arnaldo Jabor

     Para as gerações mais novas, esse carioca nascido em 1940 é conhecido como cronista dos jornais O Globo e O Estado de São Paulo. Tornou-se popular em meados dos anos 90, quando passou a atuar como comentarista nos telejornais da Rede Globo.

      Formado em Direito pela PUC do Rio de Janeiro, Arnaldo Jabor também é considerado uma das figuras de maior representatividade do cinema nacional, ainda que, atualmente, não se dedique à produção de filmes.

      Sua carreira teve início ainda no Cinema Novo - mais especificamente no ano de 1963 - ao exercer as funções de técnico de som em Ganga Zumba e Maioria Absoluta e de assistente de direção e produtor executivo de Integração Racial. Em 1967, assinou a direção do documentário Opinião Pública, um ensaio sobre a classe média.

      Pindorama (1970), seu primeiro filme de ficção, contou com o apoio financeiro da Columbia Pictures, mas foi mal recebido tanto pela crítica quanto pelo público. Já Toda Nudez Será Castigada (1973) – produção baseada na obra de Nélson Rodrigues – representa a volta por cima do diretor, que conseguiu driblar a censura graças ao Urso de Prata conquistado no Festival de Berlim. O Casamento (1975), também inspirado no universo rodrigueano, não repetiu o sucesso do antecessor.

     Em 1978, com a colaboração de Leopoldo Serran, Jabor escreveu o roteiro original de Tudo Bem, seu filme mais contundente. Nele, o diretor optou por retratar o ambiente familiar a partir das figuras que simbolizam todas as classes e regiões do Brasil.

     Eu Te Amo (1980), protagonizado por Sônia Braga e Paulo César Pereio, versa sobre os jogos do amor e da sedução com sofisticação e complexidade relativa. Eu Sei Que Vou Te Amar (1984) trata da mudança dos papéis familiares: a figura paterna perde força diante das transformações do comportamento feminino. Esse filme rendeu à protagonista Fernanda Torres o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes.

     Durante o governo Collor, Jabor decidiu enveredar pelo Jornalismo, já que o então presidente havia acabado com a Embrafilme desestruturando o cinema nacional.

    . Por meio da visão radical e totalizante do Cinema Novo, Jabor fez do cinema um instrumento de revelação da alma da classe média brasileira.

Cremilda Aguiar, 19 anos, estudante de jornalismo Mackenzie/SP

 
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