Cremilda
Aguiar
18 anos, 3°Jornalismo-Mackenzie
São Paulo
- capital
Estudantes
discutem a importância do voto consciente
O
círculo de debates foi inciado trazendo à
tona a temática do primeiro voto. As argumentações
começaram quando foi colocada em questão a
importância da atuação política
para os jovens e a influência negativa do analfabeto
político no cenário atual.
Catarina Menezes, aluna do 3º ano do ensino médio
do Colégio São Luís, abriu o primeiro
bloco de discussões falando sobre a necessidade de
uma participação maior dos jovens em debates
sobre o tema como forma de demonstrar uma preocupação
com os rumos políticos tomados pelo país.
Martin Maita, aluno do 2º ano, acrescentou que esses
momentos servem, principalmente, para se fazer uma autocrítica
visando transformações futuras.
O debatedor Bruno Konder Comparato, professor da USP e cientista
político, também enfatizou a política
como forma de mudar o mundo.
A dificuldade de se falar sobre política entre os
jovens foi um dos pontos abordado por Rafaela Carolina Arantes,
estudante do 2º ano do ensino médio do Colégio
Unisa.
O debatedor Ricardo Izar, presidente da Comissão
de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos
Deputados, reforçou dizendo que essa apatia não
é apenas característica dos jovens, mas da
sociedade em geral, que sempre se manteve omissa em relação
ao que acontece na política nacional.
Após as apresentações iniciais, a platéia
mostrou estar atenta às questões mencionadas
fazendo perguntas e dando opiniões. “Os jovens
estariam realmente preparados para exercer, conscientemente,
o direito ao voto?”. Laez Fonseca, mediador do debate
e professor de Ética da Faculdade São Luís,
partiu disso para situar melhor os alunos no assunto dessa
primeira rodada.
O estudante Martin completou
a idéia comentando que o voto nulo é, muitas
vezes, conseqüência de um sentimento de desestímulo
e descrédito do eleitor nos candidatos que postulam
algum cargo seja no Parlamento ou no Executivo.. “Nós
não podemos acreditar em ninguém. Estou desanimado
para votar diante de um cenário como o atual”,
ponderou.
Os estudantes da platéia se mostraram, em sua maioria,
contrários ao voto nulo por acharem que essa seria
mais uma demonstração de descrença
e omissão dos eleitores que, muitas vezes, têm
preguiça de procurar um candidato com quem realmente
se identifiquem. “Voto nulo como voto de protesto
não é justificativa. Se você abdicou
de votar, não pode reclamar depois”, argumentou
a estudante Catarina.
Bruno Konder condenou a anulação como meio
de protesto, por se tratar de uma atitude conservadora de
quem é conivente com o que acontece. “Quem
está realmente insatisfeito não fica parado,
tenta mudar”, argumentou.
Ricardo Izar foi mais taxativo ao censurar o voto nulo e
deu exemplos que mostram o que essa opção
pode ser desastrosa. “O voto nulo é um deboche
e a eleição do deputado Enéas com mais
de 1,5 milhão de votos foi pior que a anulação,
pois o PRONA (Partido de Reedificação da Ordem
Nacional) conseguiu eleger mais cinco deputados, alguns
com pouquíssimos votos, que nada fizeram pelos cidadãos
”, comentou.
Um aluno da platéia retrucou a idéia do deputado
dizendo que 1,5 milhão de votos não foram
só por deboche. Mas Ricardo esclareceu sua opinião.
“Esses deputados do PRONA não fazem nada por
não terem que dar satisfação a ninguém.
Voto em Enéas foi pior que voto nulo e eu abomino
o voto nulo”.
Os demais estudantes, bem como os debatedores da roda, incentivaram
a pesquisa pelo histórico dos candidatos como uma
das maneiras de diminuir a quantidade de votos brancos ou
nulos. Todos foram unânimes ao dizer que basta um
pouco de vontade para
se escolher, com convicção, um candidato.
A Câmara dos Deputados e o Senado têm, à
disposição de qualquer cidadão ou cidadã,
todos os dados não só nos seus sites como
também nos seus canais da televisão (o 66
e o 67). Ricardo Izar ainda tentou justificar a aparente
despreocupação e desestímulo dos jovens
pela pequena quantidade de candidatos nas eleições
majoritárias. Para ele, talvez seja difícil
encontrar um nome que vá ao encontro de tudo o que
eles procuram quando só se têm cinco ou seis
opções.
Prof.Laez
e José Maria Duprá - Foto: Dpto Audio-visual
Colégio São Luís
José
Maria Duprá, 82 anos, ex-aluno do São Luís,
foi ovacionado por todos ao parabenizar o Jornal Jovem pela
iniciativa do debate. Para ele, é gratificante ver
que muitos jovens se interessam pelo tema, pois suas netas
não quiseram acompanhá-lo. “A mocidade
está completamente alheia à política
e os maus políticos se aproveitam dessa situação.
A mocidade precisa politizar-se e eu estou otimista ao vê-los
reunidos aqui”, observou.
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