Junho de 2006- Nº 02    ISSN 1982-7733
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Roda Jovem - 1° Bloco - O Primeiro Voto

 

Cremilda Aguiar
18 anos, 3°Jornalismo-Mackenzie

São Paulo - capital

Estudantes discutem a importância do voto consciente

O círculo de debates foi inciado trazendo à tona a temática do primeiro voto. As argumentações começaram quando foi colocada em questão a importância da atuação política para os jovens e a influência negativa do analfabeto político no cenário atual.

Catarina Menezes, aluna do 3º ano do ensino médio do Colégio São Luís, abriu o primeiro bloco de discussões falando sobre a necessidade de uma participação maior dos jovens em debates sobre o tema como forma de demonstrar uma preocupação com os rumos políticos tomados pelo país.

Martin Maita, aluno do 2º ano, acrescentou que esses momentos servem, principalmente, para se fazer uma autocrítica visando transformações futuras.

O debatedor Bruno Konder Comparato, professor da USP e cientista político, também enfatizou a política como forma de mudar o mundo.

A dificuldade de se falar sobre política entre os jovens foi um dos pontos abordado por Rafaela Carolina Arantes, estudante do 2º ano do ensino médio do Colégio Unisa.

O debatedor Ricardo Izar, presidente da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados, reforçou dizendo que essa apatia não é apenas característica dos jovens, mas da sociedade em geral, que sempre se manteve omissa em relação ao que acontece na política nacional.

Após as apresentações iniciais, a platéia mostrou estar atenta às questões mencionadas fazendo perguntas e dando opiniões. “Os jovens estariam realmente preparados para exercer, conscientemente, o direito ao voto?”. Laez Fonseca, mediador do debate e professor de Ética da Faculdade São Luís, partiu disso para situar melhor os alunos no assunto dessa primeira rodada.

O estudante Martin completou a idéia comentando que o voto nulo é, muitas vezes, conseqüência de um sentimento de desestímulo e descrédito do eleitor nos candidatos que postulam algum cargo seja no Parlamento ou no Executivo.. “Nós não podemos acreditar em ninguém. Estou desanimado para votar diante de um cenário como o atual”, ponderou.

Os estudantes da platéia se mostraram, em sua maioria, contrários ao voto nulo por acharem que essa seria mais uma demonstração de descrença e omissão dos eleitores que, muitas vezes, têm preguiça de procurar um candidato com quem realmente se identifiquem. “Voto nulo como voto de protesto não é justificativa. Se você abdicou de votar, não pode reclamar depois”, argumentou a estudante Catarina.

Bruno Konder condenou a anulação como meio de protesto, por se tratar de uma atitude conservadora de quem é conivente com o que acontece. “Quem está realmente insatisfeito não fica parado, tenta mudar”, argumentou.

Ricardo Izar foi mais taxativo ao censurar o voto nulo e deu exemplos que mostram o que essa opção pode ser desastrosa. “O voto nulo é um deboche e a eleição do deputado Enéas com mais de 1,5 milhão de votos foi pior que a anulação, pois o PRONA (Partido de Reedificação da Ordem Nacional) conseguiu eleger mais cinco deputados, alguns com pouquíssimos votos, que nada fizeram pelos cidadãos ”, comentou.

Um aluno da platéia retrucou a idéia do deputado dizendo que 1,5 milhão de votos não foram só por deboche. Mas Ricardo esclareceu sua opinião. “Esses deputados do PRONA não fazem nada por não terem que dar satisfação a ninguém. Voto em Enéas foi pior que voto nulo e eu abomino o voto nulo”.

Os demais estudantes, bem como os debatedores da roda, incentivaram a pesquisa pelo histórico dos candidatos como uma das maneiras de diminuir a quantidade de votos brancos ou nulos. Todos foram unânimes ao dizer que basta um pouco de vontade para se escolher, com convicção, um candidato.

A Câmara dos Deputados e o Senado têm, à disposição de qualquer cidadão ou cidadã, todos os dados não só nos seus sites como também nos seus canais da televisão (o 66 e o 67). Ricardo Izar ainda tentou justificar a aparente despreocupação e desestímulo dos jovens pela pequena quantidade de candidatos nas eleições majoritárias. Para ele, talvez seja difícil encontrar um nome que vá ao encontro de tudo o que eles procuram quando só se têm cinco ou seis opções.


Prof.Laez e José Maria Duprá - Foto: Dpto Audio-visual Colégio São Luís

José Maria Duprá, 82 anos, ex-aluno do São Luís, foi ovacionado por todos ao parabenizar o Jornal Jovem pela iniciativa do debate. Para ele, é gratificante ver que muitos jovens se interessam pelo tema, pois suas netas não quiseram acompanhá-lo. “A mocidade está completamente alheia à política e os maus políticos se aproveitam dessa situação. A mocidade precisa politizar-se e eu estou otimista ao vê-los reunidos aqui”, observou.

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