Dezembro de 2006- Nº 04    ISSN 1982-7733
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Roda Jovem - Debate com Cao Hamburguer


LUZES, CÂMARA, POLÍTICA: AÇÃO!


Cao Hamburguer no Roda Jovem. Foto:Luciana Qarra

Jornal Jovem promove debate com diretor Cao Hamburger no Colégio Dante Alighieri

A equipe do Jornal Jovem agradece ao Colégio Dante Alighieri pelo apoio dado para a realização desse evento. Especial agradecimento a Fernando Homem de Montes (Dpto. de Comunicação e Eventos) e Professor Lauro Spaggiari, Diretor Geral Pedagógico do Colégio Dante Alighieri.

Seguindo uma linha diferente da do evento anteriormente organizado pelo Jornal Jovem, sob a direção da psicanalista Sonia Makaron, o Roda Jovem realizado no dia nove de novembro de 2006, que contou com a presença do cineasta Cao Hamburguer, buscou um clima mais intimista num bate-papo informal entre os jovens e o diretor do recém-lançado O ano em que meus pais saíram de férias, grande sucesso de bilheteria, logo nas primeiras semanas de exibição.

O encontro, que recebeu o título Luzes, Câmara, Política: Ação! aconteceu quinta-feira, dia 9 de novembro às 19h30 horas e contou com o apoio do Colégio Dante Alighieri onde foi realizado o debate. O evento teve como proposta abordar temas como a diferença de contexto histórico da época da ditadura militar – em que se ambienta o filme – para os dias de hoje, fazendo um paralelo sobre como as crianças recebem também de forma diferente essa mudança tão brusca.

Sonia sugeriu como foco para nortear o debate que o assunto política fosse abordado não como retórica mas sim naquilo que ela representa na nossa vida cotidiana emoldurando um contexto histórico e social.


Participantes do Roda Jovem. Foto:Luciana Qarra

Segundo Cao, o grande ponto de partida que se estabelece no filme é o diálogo constante entre a observação de uma linha macro desse contexto histórico em confronto com as relações humanas que se configuram de modo particular dentro da trama. “É preciso entender a ditadura como um reflexo de algo que acontecia no mundo todo”, pontua o cineasta.

A idéia do filme surgiu num período em que Cao estava morando na Inglaterra e, portanto, com um sentimento e impressão de “exílio” que o fez remeter-se ao período da ditadura militar. Segundo ele, essa consciência do Brasil visto de fora é que o incitou a pensar num filme que falasse das imigrações, o que, aos poucos, foi se configurando para o enfoque na cultura judaica, bastante freqüente no bairro do Bom Retiro em São Paulo, no ano de 1970, quando se passa a história do menino Mauro.

Cao diz que também houve inspiração em si próprio, em seu movimento de passagem da infância para a adolescência, no sentido de amadurecimento. Ele pondera que talvez por isso muitos de seus primeiros trabalhos - como o programa Castelo Rá-Tim-Bum, da TV Cultura - ou mesmo o filme homônimo, eram voltados para o público infantil. No entanto, agora sua proposta é o adulto.

Crianças e roteiro

O processo de um filme sempre é muito demorado desde que se tem a idéia até o seu momento de finalização: “Só o processo de encontrar as crianças demorou de três a quatro meses. Nesse meio tempo, fui escolhendo o resto do roteiro”. Segundo ele, a escolha é o grande segredo do filme. Dois meses de preparação de elenco, com ênfase nas crianças, oito semanas de filmagem, quatro meses de montagem.

Perguntas na platéia voltadas para o preconceito que os próprios brasileiros têm para com produções nacionais, também foram recorrentes. O diretor responde concordando que, de fato há, e não à toa, mas que isso só será quebrado com a execução de bons filmes.

Quando questionado sobre o papel da mídia no controle da divulgação de filmes, o cineasta responde: “Tenho minhas dúvidas se é verdadeira a afirmação de que a mídia de fato manipule porque o meu filme apareceu muito mais na mídia impressa, por exemplo, e, no entanto, houve filmes muito mais vistos no Brasil”. Comenta-se ainda a questão da cultura de se ver filmes americanos e de estabelecer esse padrão como o de qualidade em contraponto ao simples gosto que as pessoas possam ter por um tipo de produção em relação a outro.

Por fim, se toca no assunto da alienação das crianças com relação ao contexto político em que se vive. Para muitos na platéia, Mauro (personagem central do filme) não era um menino alienado, mas uma criança ingênua como se devia ser naquela época para doze anos. O que gerou polêmica foi se hoje em dia com doze anos as crianças têm a mesma ingenuidade daquele tempo e se isso é decorrente de adventos como os da Internet e do vídeo game, por exemplo.

Vale lembrar que Política remete ao conceito original de polis que vem da Grécia para designar cidade, dentro da qual se enquadram campos sociais como o da arte, por exemplo.

Thiago Sogayar Bechara

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