Cerca de 40 trabalhos de nomes como Goeldi, Guignard e Pancetti, estão na exposição do MAM-SP que abriu dia 17 de maio e fica até 8 de julho. O enfoque é a produção artística que não seguiu os cânones do modernismo nacionalista da época.
Paisagem Imaginária. Alberto da Veiga Guignard, 1947.
Foto: Divulgação
A curadoria é da crítica de arte, pesquisadora e mestre em Filosofia pela USP, Taisa Palhares. A abertura também marca o lançamento do catálogo da exposição, que explora a produção de artistas desta época que não seguiam os cânones do modernismo quando de sua institucionalização.
São eles Alfredo Volpi, Iberê Camargo, Ernesto de Fiori, José Pancetti, Maria Leontina, Milton Dacosta, Oswaldo Goeldi e Alberto da Veiga Guignard, cada um representado por uma média de cinco obras, como forma de evidenciar as questões inseridas nas suas poéticas. “Não é uma mostra panorâmica”, explica a curadora. “Preferi centrar em poucos artistas para investigar as propostas surgidas por meio de alguns caminhos exemplares.”
O paraquedista. Osvaldo Goeldi, 1942.
Foto: Divulgação
Depois do primeiro momento do modernismo e com a consolidação de uma estética calcada no nacionalismo exacerbado e na representação do “homem brasileiro” por nomes como Candido Portinari e Di Cavalcanti, patrocinados pelo Estado Novo de Getúlio Vargas, a arte moderna foi institucionalizada. Os parâmetros que antes significavam a ruptura com o sistema artístico clássico foram absorvidos pelo quase inexistente mercado local de arte e automatizados por artistas seguidores dos nomes precursores. Os anos de 1940 não apresentavam nenhum movimento artístico definido, como foi o da arte moderna na década de 1920.
Essa acomodação diante das regras do modernismo encontrava desertores entre artistas que, em busca de poéticas particulares desvinculadas de premissas já definidas, construíram um caminho à parte na trajetória da arte brasileira. Fosse Volpi trilhando a senda do concretismo, mas ainda longe do seu ápice, fosse Iberê Camargo, então ainda muito mais figurativo, antes dos carretéis e da subjetividade que se tornaram sua marca.
“Modernidade negociada: um recorte sobre a arte brasileira dos anos 40”
Curadoria de Taisa Palhares
Local: MAM-SP - Sala Paulo Figueiredo
Visitação: 18 de maio a 8 de julho
Endereço: Parque do Ibirapuera, av. Pedro Álvares Cabral, s/nº - Portão 3
tel (11) 5085-1300
Horários: Terça a domingo e feriados, das 10h às 18h
Ingresso: R$ 5,50
Sócios do MAM, crianças até 10 anos e adultos com mais de 65 anos não pagam entrada. A entrada é franca aos domingos, durante todo o dia
Site: www.mam.org.br |