Julho de 2007 - Nº 06    ISSN 1982-7733
exposicao30.php
exposicoes.col03.php
Aqui você é o repórter
Dicas para escrever
Sua vez, sua voz
Fale conosco
Tema da Hora
Especial Internet
Convidados da Hora
Jovens participantes
Seção Livre
Palavra aberta
Esporte
Som na caixa
HQ e charge
Viagens
Intercâmbio
Humor
Poesia
Crônica
Cinema
Livros, CDs e DVDs
Acompanhe
Abroad/ Mundo Afora
Exceção
Escritor Homenageado
Participe da enquete
Todas as edições do JJ
Escola
Como participar
Escola Participante
Divulgação de eventos
 

"Imagens do Soberano - Acervo do Palácio de Versalhes" na Pinacoteca/SP

Primeira exposição organizada pelo Museu do Palácio de Versalhes, França, na América. Todas as obras presentes na mostra foram produzidas especialmente para o Palácio e representam a figura do rei e de sua família imediata. Até 5 de agosto.

 Vista do Palácio de Versalhes a partir da Praça das Armas,

Pierre Denis Martin (Paris, 1663 – Paris, 1742). Divulgação.

 

A Pinacoteca do Estado inaugurou no dia 16 de maio a exposição “Imagens do Soberano”, que conta com 59 obras pertencentes ao Museu do Palácio de Versalhes e mais quatro pinturas cedidas pelo MASP. O objetivo é mostrar a diversidade das imagens reais, bem como retratos das rainhas e dos herdeiros – chamados de delfim – contemplando, sobretudo, a iconografia dos reinados absolutistas de Luís XIV, Luís XV e Luís XVI. 

Na França, a imagem do soberano estava diretamente ligada ao Palácio de Versalhes e isso ficou bem marcado nas representações dos reis da dinastia Bourbon, que se mantiveram no poder de 1664 a 1789 (ano da Revolução Francesa).

Luís XVI

Antoine-François Callet (Paris, 1741 – Paris, 1823). Divulgação.

É possível acompanhar boa parte da história da França e perceber de que maneira as figuras reais puderam se impor para a população a partir das pinturas, que eram feitas justamente com o intuito de glorificar os soberanos e tornar as suas feições conhecidas. As pinturas tinham caráter oficial e simbolizavam o poder e a permanência da dinastia.

Dentre os pintores que se destacaram como retratistas das figuras reais está Hyacinthe Rigaud, que desempenhou papel importante nesse tipo de representação ao fazer dois retratos de Luís XIV em traje de cerimônia, entre 1701 e 1702. Rigaud criou a simbologia que acompanhou a representação do rei francês durante toda a vida, uma vez que Luís XIV gostava de ser retratado como soberano absoluto.

Os seus sucessores procuraram apresentar-se de forma mais humana e tal abordagem era mais comum na representação das rainhas, que desejavam estar mais próximas do ideal de nobreza e menos do ideal de poder exigido para a posição que ocupavam.  Maria Antonieta, a rainha guilhotinada esposa de Luís XVI, é o maior exemplo dessa postura de distanciamento da imagem real. O valor iconográfico das imagens se deve ao fato de ilustrarem a História ao glorificar o rei em sua ação militar assim como em sua ação pública.

Os pintores Charles Le Brun, François Marot e Nicolas Largillierre retrataram Luís XIV das mais diversas formas, desde cerimônias de sagração até encontro com embaixadores e promoção de cavaleiros. A tradição seguida foi estabelecida durante o reinado de Francisco I, uma vez que a figura do soberano era associada regularmente ao herói mitológico, a um deus, um semideus, ou a um imperador da Antiguidade. Luís XIV foi o rei que mais explorou a simbologia em suas representações. As obras testemunham a mudança física do soberano procurando ser o mais fiel possível da realidade.

Já Luís XV procurou atrelar sua imagem ao ideal mais humano. Mas as referências do seu antecessor ainda eram muito presentes. Luís XV foi retratado com aparatos e acessórios reais utilizados em rituais de sagração, tendo inspiração direta dos retratos de Luís XVI pintados por Hyacinthe Rigaud, que serviu de modelo até o reinado de Carlos X. A iconografia de Luís XV é bastante alegórica exaltando principalmente suas ações militares e civis. Os pintores Van Loo, Charles-Felix Mulnier e Aléxis-Simon Belle, dentre outros, foram responsáveis pela elaboração dessa iconografia. A esposa de Luís XV, Maria Leszczynska também buscou a proximidade com o lado mais humano.

Luís XVI tinha uma postura mais reservada e não gostava de se expor, mas, apesar disso, submeteu-se a esse exercício para que sua imagem ficasse conhecida. A rainha Maria Antonieta seguia essa tendência e valorizava a similitude, procurando preservar sua independência.

A relação de poder está intimamente ligada à iconografia. Quando os reis franceses optaram pela humanização, a França começou a atravessar crises governamentais que culminaram com a Revolução Francesa. O rei Luís XVI e sua família morreram guilhotinados. Esse processo assinalou o fim da dinastia dos Bourbon.

Cremilda  Aguiar

Imagens do Soberano | Acervo do Palácio de Versalhes

Pinacoteca do Estado

Praça da Luz, 2 | fone 11 3229.9844

Em cartaz de 16 de maio a 05 de agosto de 2007.

Aberta de terça a domingo, das 10 às 18h.

R$ 4 e 2,00 (meia). Grátis aos sábados

Total de 63 obras

Curadoria de Xavier Salmon

Patrocínio: Bradesco Prime

EXPOSIÇÕES
Conheça o portfólio