Ambulantes fizeram a festa de fiéis em busca de uma lembrança da visita do Papa ao país
Mônica Munuera
20 anos, Curso de Redação Jornalística - Senac/SP
São Paulo - capital
Durante a visita do Papa Bento XVI ao Brasil, os católicos brasileiros e latino-americanos sentiram sua fé ficar ainda mais forte. A vinda do pontífice ao país foi além da abertura da V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe e da canonização de Frei Galvão – agora Santo Antônio de Santanna Galvão. Ela ajudou a aquecer um mercado que fatura cerca de R$ 8 bilhões por ano.
O alvoroço fez aumentar também a procura por artigos “genéricos”, aqueles feitos a partir de uma matriz genuína e vendidos pela metade do preço. Quem esteve no Mosteiro do Largo São Bento, onde o Papa esteve hospedado em São Paulo e de onde eventualmente aparecia na sacada acenando para os fiéis, pode adquirir CDs, medalhas, fotos e pôsteres comemorativos à visita do Papa. Presentes em número menor do que o esperado, os ambulantes circulavam receosos entre a multidão devido aos olhares atentos da Guarda Civil Metropolitana.
Washington Luis Oliveira, 32, evangélico, era um deles. Desempregado há um ano, ele aproveitou a ocasião para aumentar a renda da família com a venda de faixas com inscrições como “Brasil ama o Papa” a R$ 1 cada. “Mesmo não sendo católico me sinto feliz em participar de um evento como este. O importante é ter fé”, disse Washington, que já havia vendido cerca de 150 faixas entre o Campo de Marte e o Largo São Bento.
O ambulante Reginaldo Soares, de 38 anos, diz ser figura carimbada nos eventos que acontecem na Praça da Sé. Católico praticante e emocionado por ver o Papa “de perto”, ele era o único que vendia livros com a história de Bento XVI. “Como estou sozinho consegui vender 46 livros, cada um a R$ 10. É uma benção!”.
A poucos metros de Reginaldo algumas pessoas vendiam fotos do pontífice a R$ 5 e camisetas a R$ 10. “Trabalho com silk-screen e vim buscar este material. Quando vi a multidão, aproveitei para vender algumas camisetas, mas só consegui vender uma até agora”, confidenciou um senhor de 42 anos, atento à movimentação dos policiais.
Segundo o policial Ramirez, da Guarda Civil Metropolitana, não houve proibição por parte da organização do evento à atuação dos ambulantes no centro da cidade, mas eles não puderam vender na região do Campo de Marte. Por ser um mercado ilegal, os ambulantes que foram pegos no local tiveram sua mercadoria apreendida.
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