Matéria
enviada por Cremilda Aguiar
18 anos,
4° Jornalismo-Mackenzie
São Paulo - capital
O
filme inspirado no livro homônimo de Lauren Weisberg
estreou no Brasil no dia 22 de setembro em torno de muita
expectativa, já que é uma das maiores surpresas
do ano em termos de bilheteria: arrecadou até agora
cerca de 125 milhões de dólares apenas nos
Estados Unidos.
Lauren Weisberg trabalhou durante um ano como assistente
de Anne Wintour, poderosa editora da “Vogue”
americana e famosa pela excentricidade e arrogância.
Após a experiência, a jornalista resolveu contar
em livro todas as agruras por que passou. O livro foi lançado
em 2003 e esteve vários meses entre os best-sellers
das livrarias americanas e agora voltou ao topo por conta
da repercussão do filme.
À
David Frankel coube a tarefa árdua de adaptar o livro.
Com ele também ficou a responsabilidade da escolha
do elenco. Quem interpretaria com competência a temida
editora da “Vogue” sem parecer caricata ou intimidada?
Simplesmente Meryl Streep. A atriz é o grande trunfo
da produção que retrata o mundo da moda com
requinte e sofisticação.
O figurino milionário – algo em torno de um
milhão de dólares – foi uma das primeiras
limitações encontradas pelos produtores que
dispunham de modestos ( para os padrões hollywoodianos
) 35 milhões de dólares para fazer o filme.
Mas foi por meio da permuta que conseguiram trazer marcas
consagradas como Valentino, Channel e Versace. Outras tantas
preferiram não colaborar temendo possíveis
represálias de Anne Wintour nas edições
da “Vogue”.
No filme, Andy Sachs ( Anne Hathaway ), jornalista recém-formada,
sai de Ohio em busca de uma carreira de sucesso em Nova
York. Entretanto, o caminho intermediário é
tenebroso, já que a mocinha vai parar na redação
da revista “Runway” ( a “Vogue”
fictícia ) tendo que enfrentar a implacável
Miranda Priestly ( Meryl Streep ). Andy, que até
então menosprezava o mundo da moda, tem que conviver
com bolsas, vestidos, sapatos e, principalmente, os acessórios
tão imprescindíveis à vida fashion.
Aos poucos, ela começa a perceber que o emprego dos
sonhos é um inferno. Em vez de jornalista, Andy passa
a exercer o papel de capacho de Miranda tendo que acatar
os seus pedidos mais esdrúxulos como encontrar uma
edição inédita de “Harry Potter”
para suas filhas gêmeas e conseguir um avião
em meio a uma tempestade para que Miranda saia de Miami
e chegue a Nova York a tempo de assistir a uma apresentação
escolar das filhas.
Não fosse suficiente, Andy ainda tem que administrar
as cobranças do namorado e dos amigos que reclamam
da sua ausência e do seu afinco e devoção
exagerados ao trabalho. E outra: ela que, até então,
dizia-se avessa a futilidades, passa por uma transformação
incrível que a deixa mais simpática a esse
mundinho. Assim, Andy começa a perceber que de fútil
a moda não tem nada e é tão importante
quanto qualquer outro setor da economia.
O final é previsível e a trilha sonora um
tanto quanto óbvia, marcada aqui por “Vogue”
de Madonna, dentre outras.
O que realmente impressiona no filme é a capacidade
que Meryl Streep tem de explorar todos os seus recursos
interpretativos em uma personagem que, se parasse em mãos
menos hábeis correria o risco de se tornar intragável.
Pelo contrário, no alto de toda a sua arrogância,
Miranda consegue cativar o público.
Meryl, que recebeu 5 milhões de dólares (
algo em torno de R$ 11 milhões ) para fazer o filme,
consegue fazer da personagem uma megera sem, contudo, enveredar
pelo lugar comum do discurso inflamado e das expressões
exageradas. Ela é sutil tanto na fala – sempre
muito doce e quase inaudível – quanto nos trejeitos
econômicos, mas precisos. A atriz, que já é
a recordista de indicações ao Oscar, teve
a performance elogiadíssima pela crítica que
já aposta em mais uma nomeação ao Oscar
de Melhor Atriz em 2007, com chances reais de vitória.
Anne Hathaway também se destaca no papel de Andy
Sachs, bem como a novata Emily Blunt como Emily, a primeira
assistente de Miranda. Mas o filme é mesmo de Meryl
Streep e todo o sucesso também se deve a ela. No
Brasil, cerca de um milhão de pessoas já assistiram
a “O Diabo Veste Prada”, em pouco mais de três
semanas de exibição. O filme também
lidera as bilheterias mundiais no momento seguido por “As
Torres Gêmeas”, com Nicolas Cage, e “Click”,
de Adam Sandler.
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