Junho de 2006- Nº 02    ISSN 1982-7733
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Anderson Fornazari
27 anos, formado em Propaganda
São Paulo- capital


Para alguém que se considera preocupado com as questões do mundo pode parecer contraditório, mas eu não sou engajado politicamente. Uma postura decorrente da preguiça de entender toda essa (des)organização burocrática chamada Estado e, principalmente, da preocupação com a minha saúde. Existe coisa mais insalubre do que ler caderno de política? De que adianta entender as leis, regras e trâmites de governo se nem quem as criou aprendeu a respeitá-las? É como acreditar que com uma nota de 10 iens dá pra comprar pão na Lapa.

Fora isso, tenho um sentimento político ainda mais pungente que é a desesperança. Não acredito no poder do voto. Não acredito que o povo brasileiro que, infelizmente, é em sua maioria analfabeto, adquira nos próximos 50 anos capacidade intelectual para votar conscientemente ou protestar de forma eficiente contra as canalhices políticas - como fazem em alguns países europeus por motivos até risíveis.

Nesse sentido, economizo o meu otimismo pro congestionamento que “lá na frente deve andar”. Sou realista sim. A minoria capacitada pra mudar alguma coisa ou já está lá, mudando pra persa o tapete de suas casas, ou está aqui como eu, desiludido.

Revolução? Nisso eu acreditei. Parei porque cheguei a conclusão de que teria muito mais gente querendo faturar com a informação de “eu sei quem está por trás disso” do que contribuir com a mudança.

Adotei então uma política própria. Parece um contra-senso, já que, por definição, política tem muito mais de coletivo que individual. Mas a minha, acredito eu, tem sim um longo alcance.

É a política do bom dia, boa tarde, boa noite. Melhor ainda se for pra alguém que você nunca viu na vida. É a política de dar passagem no trânsito e dizer valeu pro lixeiro.

Uma campanha que não tem a popularidade como objetivo último, mas a popularização. A democratização do bom senso. Que cedo ou tarde chega lá em cima, aos homens das cadeiras que de lei têm só a madeira. É uma forma de seqüestrá-los da paz. De azedar a pizza.

Vamos sabotar a consciência. Sem marreta e nem careta.


SENAC
COLÉGIO UNISA
PARTICIPAÇÃO DIRETA
 
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