Julho de 2007 - Nº 06    ISSN 1982-7733
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Anos Dourados

Victoria Solon
18 anos,
Hexag Vestibulares
São Paulo - capital

Eu sempre repito que gostaria de ter vivido minha adolescência antigamente e não nos dias atuais. A cada dia que passa, fico mais triste por ter esse desejo debatendo dentro de mim. Apesar de ser dependente assumida, detesto a tecnologia. O modo como ela faz as pessoas se afastarem e a cada dia, terem laços menos fortes.

Antigamente os relacionamentos não aconteciam por computador. É que agora, dizem, a comunicação está cada vez mais avançada. Mas seria isso um avanço ou uma regressão, levando em conta como as coisas eram mais saudáveis e divertidas? Que continham emoções reais e não emoções pré-fabricadas. Quando eu era menor, nós não ficávamos trancados no quarto na frente de uma tela, nós vivíamos. Valorizávamos os eventos escolares, que pela minha percepção são muito mais ativos.

Antigamente, não tínhamos como fazer identidades falsas, e entrarmos em boates escuras. Boates que, digam o que quiser, corrompem a inocência. Acho que é isso que faz falta, a inocência, a descoberta. De quando tínhamos que descobrir as coisas por experiência e não por uma pesquisa no Google. De quando comprávamos CDS em lojas de maneira empolgada, e não baixávamos música na internet. De quando usávamos o telefone para falar com as pessoas e não o MSN. De quando tínhamos que nos expressar cara-a-cara e não por e-mails.

Quando eu era criança, tinha a criatividade à flor da pele. Inventava coreografias, fazia shows, cantava, fazia concursos de canto, teatros, brincadeiras, vestia fantasias. Hoje, a cada geração que surge, essas coisas vão ficando cada vez mais esquecidas e menos valorizadas. Vocês já pararam pra pensar, realmente, como nossos filhos vão ser?

Na minha época de colégio, para ser exata, existia uma certa emoção em ir para a escola todas as manhãs, no decifrar as pessoas, analisar grupinhos, fazer apresentações e tentar se auto-afirmar. Existia uma tensão positiva em fazer amizade com as pessoas interessantes, ir à suas festas e sentir-se parte de algum lugar. Mas acima de tudo, dentro de nós mesmos. Estávamos procurando nossa identidade no dia a dia e não em fotologs, now-fashions, comunidades, e etc.

O que mais dói, às vezes, é saber que naquela época eu nem sabia o que tinha nas mãos. É saber que acabou, e que nada vai se comparar à essa incrível época de experimentação e procura. Mas o mais esquisito de tudo, é saber que isso tudo nem faz tanto tempo assim, e que parece fazer uma eternidade. Foram anos 90 de ouro. Mas, como disse Robert Frost; "nothing gold can stay".

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