Samira
Moratti, Rondinelli Suave e Claudia Sabadini
19, 19 e 32 anos, 2º
Comunicação
Social -Centro Universitário São Camilo/ES
Cachoeira do Itapemirim- Espírito Santo
A mídia, importante fonte de informação
e conhecimento, também dita modas e costumes e está
presente no cotidiano das pessoas. Diante disso, é
evidente sua influência não somente no que
se relaciona à informação, mas também
no que se refere a beneficiar determinados candidatos, influenciando
a população. É antiga a manipulação
dos fatos e omissão de informações
no que se concerne não somente às eleições,
mas como qualquer tipo de decisão que influirá
diretamente no país e na economia, o que faz com
que surja questionamentos por parte da população
sobre o porquê de haver tal influência, podendo-se
inclusive chegar à conclusão de que possivelmente
isso ocorre devido a interesses políticos e econômicos
da imprensa como um todo, ao eleger determinado candidato.
Um exemplo ocorreu nas eleições de 1989, quando
Fernando Collor de Melo disputava o cargo para presidência
do Brasil contra Luis Inácio Lula da Silva. Fez-se
clara a influência de uma das maiores redes de televisão
brasileira, a Rede Globo, cortando cenas e falas de Lula
num debate político e aumentando o tempo de fala
a Collor. Os eleitores que tinham na época acesso
somente à televisão, por exemplo, provavelmente
se deixaram levar pela 'sugestão' de tal emissora
de TV, já que não dispunham de outros meios
para buscar informação e embasar sua escolha.
Segundo Emerson Cabral, editor chefe de redação
da TV Gazeta Sul, afiliada à Rede Globo, a mídia
influencia o público, principalmente levando em consideração
a classe social a qual este público pertence. "É
notória a influência da mídia na vida
das pessoas, mesmo àquelas pessoas que tem pouco
acesso à informação, e que essa informação
seja muito restrita ou limitada. Ou seja, uma pessoa que
não tem poder aquisitivo muito alto e só tem
acesso a uma televisão ou rádio estaria em
desvantagem quanto a um estudante universitário que
além de rádio e TV, também tem acesso
à Internet, assinaturas de revistas, jornais, etc".
Isso
faz gerar um sentimento de dúvida quanto à
credibilidade passada pelos veículos de comunicação
ao público. "A imprensa é livre e tem
que informar. (...) Não se pode omitir uma informação
de um eleitor a despeito de que essa informação
possa prejudicar a campanha de um candidato. É preciso
ficar atento sobe como a mídia influencia os eleitores.
E que haja atenção quanto ao debate de como
a mídia pode influenciar os eleitores é que
este normalmente acontece às vésperas da eleição
e durante o processo eleitoral. Mas a gente devia ter isso
em mente durante os quatro anos em que essa pessoa exerce
um cargo eletivo, seja no executivo ou no legislativo",
contrapõe Emerson. Dessa forma, informar, mostrar
as propostas dos candidatos, além de qualquer possível
fato que esteja ocorrendo durante os períodos eleitorais
não é considerado antiético. Entretanto,
se houver indícios de qualquer interesse, seja econômico
ou político, na informação passada
por tal veículo de comunicação, fica
clara a falta de ética, bem como de transparência.
Com o acesso a Internet, jornais impressos, revistas e bem
como outros canais de televisão, sejam canais abertos
ou pagos, os eleitores possuem uma vasta gama de fontes
de conhecimento, bastando a eles julgarem e criticarem as
informações que recebem, caso sejam ilegítimas
ou confusas. "O exercício da cidadania não
é simplesmente o eleitor ir ao dia das eleições
na sua zona eleitoral votar no seu candidato, mas sim refletir
se está fazendo uma boa opção, não
votar de forma leviana, e a partir daí ficar atento
ao desempenho desse candidato", enfatiza Emerson.
Jornais
e revistas se vêem na berlinda, em escândalos
nos quais sua confiabilidade e imparcialidade se mostraram
quebradas. Em face de tantas atitudes antiéticas,
tanto do passado quanto no presente, por parte de muitos
veículos de comunicação – jornais,
canais de TV, revistas, blogs, sites de notícias,
etc. – passou-se a tomar medidas para precaver sua
integridade e credibilidade perante os leitores e telespectadores,
como é o caso dos debates políticos do Jornal
Nacional, da Rede Globo, por exemplo. "A Globo tem
tomado um cuidado extremo na formulação das
perguntas feitas aos candidatos, para que não pareça
que algum candidato está sendo beneficiado ou que
outro esteja sendo massacrado. Tem procurado fazer o mesmo
nível de perguntas a todos os candidatos", justifica
Emerson Cabral.
Todavia,
a única solução aparente para que se
acabe com o mau uso da influência midiática
é o engajamento por parte da sociedade, principalmente
da grande massa composta por pessoas de baixa renda, para
requerer seus direitos, participando ativamente das decisões
públicas de qualquer setor, inclusive o político,
além de possuir senso crítico para julgar
os fatos diferentes da ótica proposta pela mídia.
A partir do momento que isso acontecer, se terá uma
sociedade diretamente ligada às decisões políticas,
bem como públicas, e uma melhor democratização
do país.
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