Camila
Miret
26 anos,
Engenheira de alimentos
Lisboa - Portugal
Enviado
em 20/07/2006
Tudo
começou em 2003, quando o recém campeão
mundial Luiz Felipe Scolari chegou a Portugal para comandar
a seleção nacional. Felipão, carinhosamente
conhecido aqui como “Mister” ou simplesmente
Scolari, sentiu-se logo em casa e recebeu a atenção
da população.
A seleção portuguesa nunca teve grande destaque
nas principais competições, mas as coisas
mudaram na Eurocopa 2004. Portugal foi a sede do evento,
que teve muito sucesso na organização (há
quem diga que foi a melhor de todos os tempos), na divulgação
e no público participante, e ainda recebeu vários
elogios da imprensa de todo o mundo.
Portugal chegou à final, depois de ter derrotado
a Inglaterra nas quartas-de-final e a Holanda na semifinal,
dois jogos eletrizantes e que foram um verdadeiro teste
para cardíacos. Foi uma grande festa, havia bandeiras
penduradas nas janelas em toda a parte do país. Todos
saíram às ruas para gritar, buzinar, comemorar
e se reunir com os amigos para beber uma cervejinha.
A única coisa que aqui não é comum
é o uso de fogos de artifício por parte da
população em geral, como vemos no Brasil.
Até as velhinhas, que normalmente não ligam
para futebol, entraram no ritmo. Infelizmente, Portugal
perdeu por 1x0 para a Grécia na final. Mesmo com
a grande tristeza dessa derrota, o apoio a Felipão
continuou.
Veio então a classificação para a Copa
do Mundo 2006, na Alemanha. As bandeiras novamente começaram
a aparecer nas janelas, os bares ficaram lotados em dias
de jogos (o verão, o calor e os longos dias –
o sol se põe depois das 21h nesta época do
ano – animam o povo a sair de casa) e os programas
televisivos, artistas e famosos incentivaram bastante a
seleção.
Mas para a imprensa alemã e do restante do mundo,
Portugal aparecia como um time que poderia dar trabalho,
mas nunca imaginaram que derrotaria novamente a Holanda
e a Inglaterra, e chegaria à semifinal.
A própria seleção portuguesa não
tinha grandes pretensões de ganhar a Copa e nem chegar
assim tão longe, mas não deixaram de lutar
ou de acreditar até o último instante. Um
feito semelhante a esse nos Mundiais foi em 1966, quando
a seleção portuguesa conquistou o terceiro
lugar.
Durante o campeonato, falou-se muito na possibilidade de
Scolari voltar ao Brasil ou passar a comandar a seleção
inglesa. O mistério continuou até o término
da competição. Mesmo tendo terminado esta
Copa 2006 em quarto lugar, Felipão e a seleção
foram recebidos de volta com muita festa e muito carinho
por parte dos torcedores.
Para a grande alegria dos portugueses, Felipão renovou
o contrato até julho de 2008, e continuará
à frente da seleção. Vamos torcer para
que ele continue fazendo um bom trabalho, e que possa trazer
outras alegrias ao futebol português.
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