Julho de 2007 - Nº 06    ISSN 1982-7733
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Cuidado no Orkut, nas salas de bate-papo  e Messengers!


Por Carolina de Aguiar Teixeira Mendes

Advogada com especialização em "Direito das Novas Tecnologias" Consultora em gestão da Marca em ambientes digitais, e-Marketing, Propriedade Intelectual, crimes cometidos em meios digitais e educação para o uso das Novas Tecnologias.

Devemos tomar cuidado com o que dizemos nas conversas online, afinal, nunca sabemos se a pessoa que está do outro lado do computador é realmente quem diz ser.

Kacie René Woody tinha 13 anos e morava em uma cidadezinha no interior do estado de Arkansas, nos Estados Unidos. A mãe falecera em acidente de carro em 1997 e a menina vivia com o pai (policial), e um irmão de 19 anos. A adolescente fizera amizade com um rapaz de 17 anos pela Internet e não via mal algum nisso (afinal, era “apenas Internet”!).

Em 03 de dezembro de 2002, o pai de Kacie saiu para trabalhar e o irmão para ir à biblioteca, deixando a menina sozinha. Enquanto brincava no computador, Kacie não imaginava que estava sendo observada através da janela pelo “amigo virtual” que encontrava-se do lado de fora.

Ao retornar à casa, o irmão percebeu que Kacie sumira. Imediatamente, a polícia de Arkansas e o FBI foram acionados e iniciaram-se as buscas. Em menos de 20 horas a polícia já tinha um suspeito e seu possível veículo, encontrando-os facilmente nos arredores. O criminoso havia matado a garota com um tiro na cabeça, suicidando-se no momento em que percebeu a aproximação da polícia. E ele tinha 47 anos e não 17 como afirmava nas conversas online!

“Kacie era um anjo de verdade. É meu objetivo educar o maior número de pais e crianças possível sobre os perigos dos predadores na Internet, para que isto não aconteça ao anjinho de outra pessoa”, declarou Rick Woody, pai da vítima (disponível em http://home.alltel.net/rkw/kaciewoody_a.html).

Em São José do Rio Preto, interior de São Paulo, a avó de uma menina de 11 anos desconfiou quando um rapaz que dizia ter 28 anos perguntou a idade da criança em sala de bate-papo. A avó então, fingindo ser a criança, trocou mensagens por 50 dias com o pedófilo de Pitangui, Minas Gerais (que na verdade tinha 46 anos). O criminoso acabou sendo preso pela polícia após revelar seu número de telefone.

( <http://www.link.estadao.com.br/index.cfm?id_conteudo=4021>. Acesso em 04 jul. 2006.

Em Brasília, a polícia também deteve um arquiteto de 49 anos que se fazia passar por criança em salas de bate-papo. A prisão aconteceu depois que uma comerciante carioca conheceu o pedófilo na Internet e decidiu alimentar a amizade a fim de reunir provas para investigação. Usando o nome fictício de Cíntia, a comerciante reuniu fotos e 63 vídeos enviados pelo pedófilo, além de conversas detalhadas sobre os encontros com as crianças. O Promotor de Justiça responsável pelo caso disse que nos vídeos “algumas estão acorrentadas e dá para ouvir os gritos."  (http://www.link.estadao.com.br/index.cfm?id_conteudo=3549> Acesso em 04 jul. 2006).

Então não se esqueça: na Internet, qualquer um pode fingir ser quem quiser e conversas aparentemente inocentes podem resultar em danos gravíssimos.

Além dos pedófilos e seqüestradores, há ainda os psicopatas. Segundo a Revista Superinteressante de julho de 2006 (edição 228), eles são charmosos, inteligentes, bem-sucedidos e pode ser quem você menos espera. Ainda segundo a revista, um em cada trinta brasileiros pode ser diagnosticado como psicopata, ou seja, pessoas incapazes de sentir emoções, capazes até de matar sem culpa e super craques em mentir o tempo todo, com todo mundo, inclusive com eles mesmos. Mentem tanto que acabam acreditando nas próprias histórias. Se eles mesmos acreditam nas próprias histórias, ao contar às pessoas falam com tanta segurança que elas nem pensam na possibilidade de ser mentira. E assim vão enganando muita gente na vida real e, principalmente, na Internet.

Pessoas com más-intenções fazem plantão na rede, procurando por nomes e perfis específicos de vítimas em potencial. Na maioria das vezes mentem sobre a idade, a fim de fazer com que a vítima acredite serem tão jovens quanto ela.

Também podem fazer perguntas aparentemente inofensivas, mas a combinação de respostas tende a revelar muito a respeito da vítima. Questões indiretas podem incluir assuntos como o clima, eventos locais, time de futebol favorito, etc. De posse das informações, o criminoso pode observar o jovem na escola e depois segui-lo até em casa. Percebe-se que o perigo é real, e não virtual!

Em um chat, informações preciosas podem ser reveladas, como nome da escola, cidade ou qualquer outro dado identificador. Assim como não passamos nossas informações pessoais a desconhecidos na vida real, não podemos passá-las a estranhos na Internet, concorda?

Isso sem falar que em salas de bate-papo é possível que pessoas entrem e mantenham-se invisíveis somente para ler o que é escrito pelos participantes, o que exige cuidado redobrado com o que se escreve online, mesmo que se esteja falando “somente” com um conhecido. Ao passar informações ao amigo, corre-se o risco de tê-las lidas por pessoa mal-intencionada.

É natural que o adolescente se sinta super-poderoso e inatingível, acreditando que “uma conversinha pela Internet não faz mal à ninguém”, estando tudo “sob controle”. O que o jovem deve saber é que, enquanto as intenções da vítima são uma, as do manipulador são outras completamente diferentes!

Marcar encontros com “amigos virtuais” é sempre um risco, mesmo quando em locais públicos, já que o jovem poder ser levado dali à força. Se decidir encontrar alguém que conheceu na Internet, vá sempre acompanhado, combinado? Melhor prevenir que remediar, isto é, quando tem remédio! Em caso de morte, não há mais volta. E não estamos exagerando! Citamos apenas alguns casos, como o da Kacie, nos Estados Unidos, mas há muitos outros que não caberiam neste artigo. Cuide-se!

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